Escrito por Gladis Franck da Cunha
(fonte: Vanessa Cardui – borboleta, foto gratuita no pixabay) |
O Conceito Biológico de Espécie
Este conceito surgiu em meados do século XVIII, mas foi reconhecido apenas na segunda metade do século XIX, quando a “Origem das Espécies” de Darwin foi publicada (em 1859). [1]
K. Jordan foi o primeiro a formular esse conceito em 1905. Mais tarde, em 1940, Mayr apoiou esse conceito: uma espécie é formada por uma ou mais populações naturais com fecundação cruzada e a capacidade de produzir descendentes férteis, ao mesmo tempo em que é reprodutivamente isolada de outros grupos semelhantes [1]. Mayr descreveu que os membros de uma espécie exibem esses atributos:
1- Comunidade reprodutiva: Para fins de reprodução, os indivíduos de uma espécie se reconhecem como parceiros em potencial.
2- Unidade Ecológica: Os membros da espécie diferem uns dos outros devido a muitos atributos, mas todos os membros formam uma unidade cooperativamente. Eles interagem com outras espécies como uma unidade em qualquer ambiente.
3- Unidade genética: A espécie compreende um grande pool de genes intercomunicantes, embora cada indivíduo abarque uma pequena parte do conteúdo desse pool de genes pelo período de sua existência.
Ou seja, uma característica essencial de uma espécie biológica é ter barreiras reprodutivas com outras espécies. Existem diferentes tipos de barreiras reprodutivas.
Barreiras reprodutivas
O que é uma barreira reprodutiva?
Uma barreira reprodutiva é qualquer mecanismo que impeça duas espécies de produzir descendentes férteis.
Há dois tipos de barreiras reprodutivas: as pré-zigóticas (antes da fecundação) e as pós-zigóticas (após a fecundação)
A) Barreiras pré-zigóticas:
A.I- Isolamento temporal: a reprodução das espécies ocorre em diferentes épocas. Exemplo: espécies vegetais cuja polinização dependa de fatores abióticos como vento, não podem produzir flores na mesma época, assim algumas espécies florescem após um período de dias longos, enquanto outras plantas florescem após um período de dias curtos.
A.II- Isolamento de habitat: as espécies se reproduzem em diferentes habitats. Este tipo de isolamento é considerado fraco, porque, quando colocadas juntas algumas espécies podem produzir híbridos. Este é o caso de Leões, cujo habitat natural são as savanas africanas e os Tigres, cujo habitat é a Ásia. Em cativeiro é comum acontecer o cruzamento destas espécies produzindo os Ligres e Tiões.
A.III - Isolamento comportamental: as espécies desenvolvem rituais de acasalamento que permite o reconhecimento e atração sexual entre indivíduos da mesma espécie e rejeição ou ausência de atração sexual em relação aos rituais de acasalamento de outras espécies. Este tipo de barreira é bastante comum em aves que possuem elaborados rituais para atração e acasalamento.
A.IV- Isolamento mecânico: neste tipo de barreira as diferenças estruturais previnem a troca de gametas. Em alguns casos, estas diferenças podem impedir o cruzamento de indivíduos de raças muito diferentes, como ocorre entre algumas raças de cães.
A.V- Isolamento gamético: gametas morrem antes da união ou falham na tentativa de unir-se.
B) Barreiras pós-zigóticas
B. I - Inviabilidade do híbrido: zigotos híbridos falham ao desenvolver-se ou não atingem maturidade sexual.
B.II - Esterilidade do híbrido: híbrido, apesar de ser um indivíduo viável, é incapaz de produzir gametas funcionais. Exemplo clássico é a Mula, que nasce do cruzamento de burro ou asno com uma égua.
B.III - Improdutividade do híbrido: descendentes dos híbridos são fracos ou estéreis. Exemplos mais comuns são os híbridos de plantas.
Fontes de pesquisa e links:
[1] - fonte BYJU'S.com – link: https://byjus.com/biology/concept-of-species/
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