Escrito por
Gladis Franck da Cunha
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Vista geral de Atenas a partir do Monte Licabeto (2017). A seta indica a localização do Partenon. |
Em maio de 2017 estive visitando Atenas para participar do 2nd Annual International Symposium on Leisure & Recreation convidada pela Zélia Ramozzi Chiarottino para em colaboração com José-Jozefran Freire e Alexandre Augusto Ferraz apresentarmos e submetermos o artigo “
Jean Piaget’s unrecognized epigenetic ontogenesis of the logical-mathematical thought”.
Assim, aproveitei a ocasião para, junto com meu marido, conhecer Atenas e prometi a vários amigos que iria compartilhar algumas lembranças. Porém ao chegar de volta, mergulhei em um turbilhão de trabalho e esta postagem foi sendo postergada para além de um ano, mas as lembranças que ainda estão vívidas são as que valem a pena compartilhar.
Aspectos gerais da cidade:
Como um todo a cidade me fazia lembrar de Porto Alegre. Atenas é uma metrópole com movimento 24 horas por dia e um trânsito um tanto caótico, pois as motocicletas andam também sobre as calçadas! Mesmo quando abria a sinaleira para pedestres era preciso colocar o pé na faixa de segurança e olhar sério para os motoristas, caso contrário não paravam?!
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Moto circulando no interior de um shoping. Várias lojas estavam vazias (desocupadas), resultado da recessão econômica. |
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Na hora não entendemos e revendo a foto ainda não consigo entender este estacionamento! como se chega? Por onde se sai? |
Afora o trânsito, achamos os gregos extremamente simpáticos e hospitaleiros. Todos falavam inglês mesmo nos arrabaldes da cidade, próximo ao zoológico, conseguimos nos comunicar e receber informações.
Outro destaque é a grande quantidade de livrarias! Farmácias eram poucas, mas havia ruas com uma livraria ao lado da outra. Bem diferente de Bento Gonçalves!
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Nessa rua podem-se ver várias livrarias, lado a lado, além dos transeuntes interessados! |
Além de livros, escavações arqueológicas porem surgir a qualquer momento. Nesta da imagem abaixo, vemos uma casa de banhos romana, ou melhor, o porão da casa de banhos com seus fornos que aqueciam a água e o chão.
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Detalhe de um forno do porão de uma casa de banhos pública. Havia canais de cirulação do ar quente tanto para água quanto para o aquecimento do chão. Nos jarros eram colocados óleos utilizados após o banho para hidratar a pele. |
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Aqui vemos o mesmo sítio anterior fotografado de um plano mais aberto para mostrar como estava "encrvado em plena cidade". |
O clima lá é seco e nos primeiros 15 dias de maio, ainda não estava tórrido, mas depois disso o calor se torna excruciante. Para hidratar e nutrir tomávamos deliciosos sucos industrializados, feitos à base de babosa com diversos sabores naturais. Ao chegar ao Brasil não se encontra nada semelhante, uma pena.
As placas nas ruas são todas escritas em grego com os caracteres gregos, assim foi uma das diversos conseguir traduzi-las para o nosso prosaico indu-arábico. Várias letras foram reconhecidas das fórmulas matemáticas ou da física. Depois de traduzidas era possível ler as palavras e entender as que são raízes das nossas como farmácia, teatro, vitamina. Já outras eram em grego mesmo!
Algumas ruas de Atenas eram muito sujas, outras eram arborizadas e agradáveis. Muito legal foi o caminho para o monte Licabeto, me lembrou a zona sul de Porto Alegre.
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Detalhe do caminho que fizemos saindo do Hotel do simpósio para o Monte Licabeto. |
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Prédios arborizados no bairro sob o Monte Licabeto. |
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Funicular e os trilhos para subida do Monte Licabeto. |
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Torre de vigia e alarme no alto do Licabeto. |
Um aspecto negativo da paisagem urbana de Atenas é a presença de grande número de pombas, em toda cidade! Isso é angustiante. Ao voltar tive uma gripe severa com bronquite e muita tosse como desde os anos 80 não tinha e atribuo aos detritos que as pombas espalham pelo ar durante o bater de asas. Até na praia havia pombas, caminhando sob as cadeiras ou pousando sobre os guarda-sóis, eca!
Porém, no alto do Morro Licabeto, não vimos pombas. Mas vimos um anfiteatro construído para as olimpíadas de 2004, ja semi abandonado com a vegetação tomando conta, embora, ocasionalmente, ele ainda seja usado. Me fez lembrar do Araújo Viana na Redenção em Porto Alegre.
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Entrada e visão geral do anfiteatro no Monte Licabeto. |
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Detalhe dos fundos do anfiteatro com a vegetação se insinuando nos alicerces. |
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Não sei se estas estruturas são folhas ou flores desta planta? Muito diferentes e mimosinhas! |
Pombas à parte, a arte está presente na cidade, não apenas nas ruínas ou arquitetrua de prédios antigos, como nos prédios e esculturas modernos.
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Estátua de ìcaro na praça circundada por hoteís. Durante o simpósio ficamos hospedados no Whyndham Grande Hotel de Atenas, que ficava em frente a esta Praça Karaiskaki. |
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Lateral eculpida de um prédio moderno |
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Detalhe do afresco na entrada da Universidade de Atenas. Neste aresco estão representadas as musas das diversas ciências: Astronomia, História, Filosofia, etc. |
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Entrada do Prédio da Academia de Artes de Atenas. À esquerda Platão e à direita Sócrates. No alto acima de Plátão está a deusa Athena e no mesmo lado de Sócrates tem o deus Apolo, mas esta estátua não aparece neste foto. |
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A entrada da academia de arte com suas majestosas colunas. |
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No interior do prédio, a sala para defesa de Dissertações e Teses. Este ambiente clássico e magnifico já representa uma cobrança para que o trabalho apresentado seja de qualidade. |
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Detalhe da coluna na mesma sala. |
O Jardim Nacional:
Este parque é um oásis dentro da cidade! Tem vegetação e alguns animais, bem como, algumas ruínas também. O caramanchão parece uma terra de conto de fadas nele tudo adquiriu um tom dourado e, além disso, não é um local de visitação típica de turistas, então as pessoas que estavam lá ficavam falando baixo ou em silêncio contemplativo!
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Um dos caminhos do jardim Nacional |
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Vista do Zappeion Hall no Jardim Nacional. Este prédio foi utilizado como sala da imprensa na Olimpíada de 2004. |
Um aspecto negativo do Jardim nacional é que o museu botânico de Atenas está sentindo os efeitos da recessão econômica, com os prédios de pesquisa em péssimo estado e, aparentemente, abandonados.
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Entrada do Museu Botânico, que aparentemente estava fechado e sem atividade. |
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Fazendinha no Jardim Nacional, na mesma "toca" estava o "cabra-cabrês" e o coelhinho! No alto da foto está uma imagem de um cabra semelhante com seus longos cornos, já que na foto não se consegue ver direito a cabra. |
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O carmanchão mágico, parte 1. |
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O carmanchão mágico, parte 2. |
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O carmanchão mágico, parte 3. |
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Algumas ruínas encontradas no Jardim Nacional servem como bancos. |
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Detalhe do 'lago" no centro do Jardim Nacional, o qual se compardo ao da Redenção não passa de uma poçinha. |
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Aqui se pode ver que tem muito jaboti para pouca água e ilha! |
Os museus e sítios arqueológicos:
Adoramos visitar os museus arqueológicos e as ruínas. O Partenon é um tanto abarrotado de turistas, tanto que em uma das escadas de acesso, ouvia-se o som de apitos seguidos de gritos de “Keep moving”, pois qualquer parada para selfies causava transtorno.
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Escadas de acesso ao Partenon. |
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Muralha com portas, junto ao Teatro de Dionísio. |
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Nas ruínas e museus arqueológicos se podem ver artefatos construídos a milhares de anos atrás e isso é emocionante. A arquitetura dos templos é colossal com suas colunas e estátuas enormes. Felizmente, apesar de todos os saques ainda restaram muitas estátuas de deuses.
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Colunas do Partenon sendo restauradas. |
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Outro detalhe do lento processo de restaruação, onde os pedaços das colunas devem ser reorganizados como um gigantesco quebra-cabeças. Algumas partes são reconstruídas e aparecem mais claras na foto. Fica a pergunta de como foi originalmente contruído, quando não haviam os grandes guindastes utilizados atualmente para conseguir restaurar as colunas. |
Abaixo do Partenon fica a antiga Ágora, que também é um belíssimo passeio. Nela o Templo de Efestos está muito bem conservado e o Museu da Ágora é muito instrutivo para se entender este espaço público que reunia comerciantes e políticos.
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Uma das maquetes do Museu da Ágora que nos ajuda a "visualizar" a cidade antiga, como deve ter sido há mais de 2400 anos. |
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Afrodite adormecida, exposta no Museu Nacional de Arqueologia. como não se apaixonar? |
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Entrada do Museu Nacional de Arqueologia. |
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Como uma das atividades extras do simpósio, também visitamos Delfos e
conhecemos seu famoso templo. O qual foi construído e reconstruído três
vezes. A última construção foi bastante saqueada pelos romanos, mas as
duas primeiras, estavam soterradas e foram descobertas já no século XX,
assim há preservados artefatos e esculturas impressionantes.
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Este detalhe de uma parede nas ruínas de Delfos mostra o minucioso trabalho de encaixe das pedras no processo de construção dos antigos gregos. |
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Detalhe de estátua de atleta no Museu de Delfos. Os atletas eram sempre representados nus enquanto os políticos usavam togas. | |
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Ruínas de Delfos |
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Pista de atletismo construída para jogos olímpicos antigos em Delfos |
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Visão geral do anfiteatro nas ruínas de Delfos. |
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Esfinge do Museu de Delfos, provavelmente do primeiro dos três templos contruídos. |
A comida e a praia:
A comida lá é muito boa e relativamente barata! Durante três dias recebemos a visita de uma sobrinha que estava fazendo intercâmbio na Dinamarca e aproveitamos para jantar em um restaurante típico com cadeiras na rua e música ao vivo no famoso Distrito de Plaka. Para 3 pessoas gastamos numa noite 30 e, na outra, 36 euros.
Numa das noites, jantamos junto coma Zélia e Alexandre em um restaurante próximo ao hotel de hospedagem do simpósio e não achei tão bom, preferi os restaurantes do distrito de Plaka. Nos outros dias, comíamos muito bem no café da manhã e só fizemos lanches breves no restante do dia.
A praia de Atenas foi decepcionante, sem areia, mar frio e um tanto suja para o meu gosto. Depois de conhecer as praias do leste de Havana, em especial, ou mesmo as praias de Santa Catarina ou do Nordeste brasileiro, que tem areia fina e águas tépidas e transparentes, qualquer outro tipo de praia decepciona. Digo em especial as praias de Cuba porque são muito limpas!
Mesmo assim, não saí da Grécia sem colocar os pés no Mar Egeu, mas não passou disso! Outra coisa que chama atenção nas praias gregas é que as pessoas trocam de roupa na beira da praia sem usar os vestiários, onde se encontrava, basicamente, outros turistas.
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"Grãos de areia" da coletados na praia em Atenas. |
O zoológico de Átika é outro passeio imperdível, por isso merecerá uma postagem específica, para não cansar os leitores - para acessá-la clique
aqui.
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