16 novembro, 2015

Medicamentos fotoativos podem ser estratégia para prevenir ou tratar Alzheimer ou outras doenças neurodegenerativas.

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Uma publicação do Korea Advanced Institute of Science and Technology aponta a possibilidade de tratamento do Alzheimer pela aplicação médica de produtos químicos fotoativos.
Esquema do processo de tratamento. fonte: LEDinside


Uma equipe de investigação interdisciplinar coreana, liderada pelo Professor Chan Beum Park (Departemento de Engenharia – KAIST)  e Dr. Kwon Yu (Centro de Bionano – KRIBB), realizou uma pesquisa para suprimir os depósitos das proteínas beta-amiloides anormais no cérebro, usando porfirinas foto-estimuláveis.

As placas de beta-amilóide são conhecidas por causar a doença de Alzheimer. Esta pesquisa sugere novas formas de tratar doenças neurodegenerativas, seus dados foram publicados on-line na edição de 21 de setembro de Angewandte Chemie. O título do artigo é "Photo-excited Porphyrins as a Strong Suppressor of ß-Amyloid Aggregation and Synaptic Toxicity".

Tratamentos com luz induzida usando nanotecnoloiga com fotossensibilizadores orgânicos têm vantagens para tratamentos que necessitem de gerenciamento do tempo e localização da ação terapêutica. Esta já é uma tecnologia usada pela medicina em  tratamentos de câncer, onde o  paciente é injetado com um fotossensibilizador orgânico, e uma luz é projetada na lesão ativando a ação do quimioterápico, neste local. No entanto, essas terapias nunca tinham sido utilizadas para tratar doenças neurodegenerativas.

O Mal de  Alzheimer inicia  quando uma proteína chamada beta-amiloide anormal é produzida e depositada no cérebro de um paciente. A proteína anormalmente dobrada prejudica as células do cérebro, induzindo a degradação de funções cerebrais e gerando,  por exemplo, demência. Se a produção de beta-amiloide for suprimida numa fase inicial, a formação de depósitos amiloides irá parar e isso pode prevenir a doença de Alzheimer ou então parar a sua progressão.

A equipe de investigação, efetivamente, impediu o acúmulo de beta-amiloides usando luzes LED azuis e um indutor de porfirina, que é um composto orgânico biocompatível. Ao absorver a energia da luz, um fotossensibilizador, como a porfirina atinge o estado de excitação, ao retornar  ao seu estado fundamental, Oxigênio ativo é criado,  oxidando os monômeros da beta-amiloide e perturbando, assim, a sua montagem e deposição no cérebro.

Esquema da aplicação em Drosophila. fonte: LEDinside
 A técnica foi testada em drosófilas  modificadas para modelar Alzheimer em invertebrados. A pesquisa mostrou que os sintomas da doença de Alzheimer em moscas da fruta, tais como danos na sinapse,  apoptose neuronal,  degradação da mobilidade e diminuição da longevidade foram diminuídos. Os tratamentos com luz fornecem benefícios adicionais, pois é necessária uma dosagem menor de medicação e há menos efeitos colaterais.

Os próximos passos da pesquisa envolvem o teste de compatibilidade com outros fotossensibilizadores orgânicos e inorgânicos, bem como a utilização de cobaias de vertebrados como ratos, que têm maior compatibilidade com a biologia humana.



Fontes:
   
Science Dairy:  http://www.sciencedaily.com/releases/2015/11/151115192427.htm

Korean Researchers Use Blue LEDs to Treat Alzheimer's Disease: http://www.ledinside.com/news/2015/11/korean_researchers_use_blue_leds_to_treat_alzheimers_disease 

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