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Baía de Botafogo,1822. Aquarela de T.Hunt (acervo da Pinacoteca do Estado de SãoPaulo). |
Darwin esteve no Brasil na primeira metade do século XIX
entre os dias 20 de fevereiro e 5 de julho de 1832, durante o período de
Regência que durou até 1840.
No mesmo ano da visita de Darwin nasceu Vítor Meireles, que
foi o autor dos quadros Batalha de Guararapes, Combate Naval de Riachuelo,
Passagem de Humaitá, Primeira Missa no Brasil, entre outros. Desse modo, as
descrições do seu diário de viagem nos dão uma fotografia de como era o Brasil há
quase dois séculos e nos permite comparar com o que se pode encontrar no século
XXI.
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Baía de Botafogo no século XXI - Foto de Carlos MR Gonçalves (agosto, 2011 – tripadvisor) |
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Corcovado antes da Construção do Cristo Redentor (inaugurado em 12 de outubro de 1931) – imagem disponibilizada na Wikipedia. |
Darwin: Mr. Daniell, em seus ensaios meteorológicos,
fez observar que uma nuvem às vezes parece se fixar no cume de uma montanha, não
obstante o vento continuar a soprar sobre ela. O mesmo fenômeno se produz aqui,
mas com aspecto pouco diferente. Via-se claramente, neste caso, a nuvem rodear
o cume e passar por ele rapidamente, sem que sofresse nenhum aumento ou
diminuição de volume. O sol ia-se pondo, e uma brisa suave do sul, cobrindo
esse lado da rocha, vinha misturar-se às correntes de ar mais frio das camadas
superiores, dando ensejo a que se condensasse o vapor. Mas, à medida que passavam
pela encosta, e sentiam a influência da atmosfera quente do declive ao norte,
as leves massas de nuvem tornavam imediatamente a se dissolver.
Atualmente, a estátua do Cristo Redentor permite que as
formações de nuvens que passam rapidamente pelo topo do corcovado criem uma
atmosférica mística, como na foto abaixo.
Darwin: O clima durante os meses de maio e junho, ou
no começo do inverno, era delicioso. A temperatura média, tomada às nove horas
da manhã e da noite, sendo apenas 22°C. Frequentemente chovia com abundância, porém
logo os ventos secos do sul restituíam o prazer dos passeios. Certa manhã, num
período de seis horas, caíram quatro centímetros de chuva. Ao passar esta
tempestade por cima das florestas ao redor do Corcovado, as gotas da chuva,
caindo sobre o número incalculável de folhas, produziam um ruído estranho que
se podia ouvir a quatrocentos metros de distância. Após um dia de calor, era
muito agradável sentar-se comodamente no jardim e ver a tarde ir-se
transformando gradualmente em noite.
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Enseada do Botafogo, ao cair da tarde, em foto especial da jornalista Sandra Ney postada por Vânia Mara Welte (Solidão- 2009). |

Porém, na maioria das traduções de textos ou documentários científicos esta diferenciação não aparece, como é o caso do material que tenho utilizado como fonte para os diários de Darwin.
Na imagem ao lado se vê um exemplar da perereca Hyla meridionalis com suas ventosas características nas pontas dos dedos, subindo por uma parede vertical ( Fonte Wikipedia).
Referência:
Darwin, C., Viagem
de um Naturalista ao Redor do Mundo - Vol.1, Nova edição, 1871. Abril
Cultural. Companhia Brasil Editora, São Paulo, [1937].Google books.
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