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O desaparecimento da cauda dos girinos envolve apoptose. |
A apoptose,
ou morte celular programada, é um mecanismo que faz parte de diversos processos
vitais e deve ser mantida em equilíbrio, caso contrário pode gerar doenças pelo
seu excesso ou sua falta.
Durante a
apoptose, a célula se encolhe, se destaca das demais e passa a formar uma
espécie de “bolhas” em sua superfície1, nessa mudança toda, as organelas
continuam intactas assim como o citoplasma: este processo é chamado de Zeiose.
Ao mesmo tempo, ocorrem mudanças importantes no núcleo, tais como, regiões da
cromatina se aglomeram e o núcleo pode até se partir e desintegrar.
Esse
mecanismo de morte celular ocorre comumente no desenvolvimento embrionário,
ademais pode ocorrer em indivíduos adultos, durante toda a vida.
A apoptose
está vinculada a patologias degenerativas como Alzheimer e Câncer, isso pode
ser desencadeado a partir de uma ativação errônea do suicídio celular; essa
ação pode ser bem prejudicial, pois a apoptose é silenciosa, pois quando ocorre
a formação precoce de corpos apoptóticos os macrófagos entram em ação,
fagocitando esses indícios de apoptose e, desse modo, nenhum vestígio é
deixado.
Em
contraponto, as células que se suicidaram podem continuar no local no qual
morreram pelo resto da vida, um exemplo são os queratinócitos, que são
derivados de células mortas que ganharam uma proteção queratinizada, permanecendo
no mesmo local por muito tempo. O cristalino do olho, também, é formado por
células mortas.
As armas usadas na apoptose.
O mecanismo
apoptótico, em si, necessita da atividade de proteínas essenciais: as caspases.
A caspase 1, por exemplo, tem papel
fundamental na apoptose,uma vez que ela
cliva outras proteínas e esse corte desencadeia uma cascata de
sinalização Em resumo, ao ser ativada ela cliva outras caspases até originar
uma caspase chamada de executora; a qual tem função de destruir proteínas
importantes à sobrevivência celular. Além disso, ela pode ativar proteínas
tóxicas ou até mesmo destruir proteínas que exercem papel de proteção à célula.
Todos esses mecanismos levam à morte celular.
As caspases
8 ou 10, dependendo do tipo de estímulo podem se tornar caspases iniciadoras. A
ativação das caspases 3 e 7 pela caspase 9 leva a clivagem do DNA.
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As caspases são proteínas elaboradas pelas própria célula, por isso a apoptose é também conhecida como suicídio celular. |
Nem todos os
tipos celulares são bem suscetíveis à apoptose, células que normalmente entram
em G0 no ciclo celular, como neurônios e fibras musculares esqueléticas são
menos propensas a sofrerem apoptose, já as demais células são alvos bem mais
comuns desse
Mecanismo.
A genética
explica essa propensão ou não. Em testes envolvendo o nematódeo Caeanorhabditis
elegans identificou-se 14 genes envolvidos na apoptose, que foram
chamados de genes ced. Os principais foram o ced3 e ced4, pois uma mutação em
um deles pode bloquear a ocorrência de apoptose. O gene ced9 também tem a capacidade de
bloquear o mecanismo de apoptose.
Em mamíferos,
há um gene com função semelhante chamado Bcl2 que também protege as células da
morte programada.
Células normais
produzem níveis altos de Bcl2 para preservar células em que a morte seria
devastadora ao organismo, mas este excesso de proteção tem um senão, pois quando
estes tipos de células se geram tumores, eles tendem a ser mais agressivos já
que resistem à morte programada.
Outro gene responsável
pela apoptose também foi detectado nos estudos com tumores. O câncer surge quando
células recém-formadas apresentam mutações em genes que controlam o crescimento
e a sobrevivência; se a mutação é irreparável ocorre o suicídio celular, esse
processo é comandado por um gene, presente em células normais, que codifica a
proteína p53.
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A ativação da apoptose pelo p53 pode ser inibida pelo Bcl-2, bem como pelo Bcl-X e MCL-1. |
Ao contrário
do gene Bcl2, o p53 desencadeia a apoptose. Células mutantes, sem esse gene,
não sofrem apoptose, vivendo mais tempo e acumulando mais mutações e,
consequentemente, multiplicando-se sem
controle, podendo gerar tumores.
Desse modo,
pelo fato de proteger o organismo contra o surgimento de câncer, o p53 foi
chamado de gene supressor de tumores.
Assim, está sendo explorada a possibilidade de serem usadas terapias genéticas
para evitar a resistência das células cancerosas à apoptose.
Referência:
HORTA, Maria de Fátima. Apoptose: quando a célula programa a própria morte. Ciência Hoje, 25(150): 38-45, 1999.
Resumo e apresentação elaborados por: Letícia Fonseca, Matheus Miguel Froes e Rafael Dai Prá
Acadêmicos da disciplina Embriologia (UCS-2013)
Professora: Gladis Franck da Cunha
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