19 fevereiro, 2014

A Vida e as 'Pontas' dos Cromossomos (Resumo)


Todo o material genético contido no núcleo de uma célula esta compactado em estruturas, denominadas cromossomos, as quais contêm toda a informação genética que diferencia os seres vivos.

O DNA existente em um cromossomo contém os genes que são os responsáveis por fornecer as instruções necessárias para que possa ocorrer a formação de todas as células e tecidos do corpo dos seres vivos, como também controla a síntese proteica, necessária ao funcionamento da maquinaria celular.

Além dos genes, há o DNA não-codificante nos cromossomos, o qual forma duas estruturas essenciais para sua preservação e transmissão hereditárias, os centrômeros, que permitem a separação exata dos cromossomos duplicados durante o processo de divisão celular e os telômeros, que são estruturas localizadas nas extremidades (pontas) dos cromossomos e funcionam como capas protetoras, mantendo a integridade do genoma.

Os telômeros até pouco tempo desconhecidos são a base para compreendermos como o material genético mantêm-se estável após gerações.
           
Eles foram descobertos no final dos anos 1930 e foram identificados como de suma importância para manter a integridade dos cromossomos, pois sem eles as células durante os eventos de replicação perderiam porções significativas de cromossomos pelas extremidades, o que as levaria a um estado irreversível de incapacidade proliferativa conhecido, ou seja, ao envelhecimento celular.
 
(fonte Veja.com, 2009)
Para evitar esse problema, alguns pesquisadores na década de 70 descobriram que o DNA se une formando um laço antes que ocorra a replicação, evitando deixar os terminais livres, para que não haja sua perda e contribuindo para que a replicação das células humanas seja a menos limitada possível.

Diante desse fato, várias hipóteses foram lançadas para explicar como ocorreria a reaplicação dessas regiões terminais dos cromossomos, porém somente em 1985 uma bióloga denominada Carol Greider descobriu que uma enzima, denominada Telomerase, adicionava DNA telomérico aos terminais dos cromossomos e observou também que quando a adição de uma repetição inteira é finalizada, essa enzima se desloca ao longo da extremidade do cromossomo, posicionando-se de forma a reiniciar a síntese, resolvendo assim o problema da replicação dos trechos terminais de moléculas lineares de DNA.

A maioria das células somáticas quase não apresentam atividade da Telomerase, de forma que os seus telômeros ficam mais curtos,  a cada mitose, sinalizando assim a parada das divisões celulares e ocasionando a senescência da célula.
 
(fonte o Globo,com, 2011)
Dessa forma, os telômeros podem ser chamados de relógio molecular pois neles ficarão registrados  quantas vezes as células se duplicará. Após várias duplicações, a célula perderá alguns de seus terminais cromossômicos, causando o encurtamento dos telômeros, até atingir seu limite critico quando o crescimento celular é interrompido, culminando na senescência e posterior morte da célula.

Para que todo esse processo possa ocorrer e a célula não interrompa sua atividade precocemente, os telômeros necessitam  manter sua estabilidade e sua capacidade de replicação, o que é realizada pela ação da enzima Telomerase, mencionada anteriormente.

Essa enzima além  dessa importante função, é responsável pelo reconhecimento de células tumorais das células  normais que lhe deram origem, podendo auxiliar no diagnóstico precoce de câncer e esta diretamente relacionada às descobertas do processo de envelhecimento e do reparo de tecidos danificados.


Resumo elaborado por: Kamille Postay Losquiavo
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Disciplina: Tópicos atuais em Biologia molecular, genética e evolução.
Professoras: Gladis Franck da Cunha e Vânia Elisabete Schneider

Referências

BENSUSAN, Nurit. Pelo amor dos meus telômeros! O Globo.com 17.08.2011

PAIVA, Ricardo V. S. A velha pergunta, sempre atual: por que envelhecemos?. Veja.com 16.02.2009. http://veja.abril.com.br/saladeaula/160209/por-que-envelhecemos.shtml

PARSONS, Henrique A. Telômeros, Telomerase e Câncer. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, São Paulo, vol. 5. p.54a 59, 2003.

PENALVA, Luiz O. F; ZORIO, Diego A. R. A vida nas “ponta” dos cromossomos. Ciência hoje, Rio de Janeiro, vol. 39. p. 16 a 21, 2006.

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