O
trabalho publicado em 1995 descreve pesquisa que utilizou a identificação do
DNA, como uma técnica para preservar as espécies de psitacídeos (araras,
ararinhas, papagaios, maitacas, jandaias, periquitos e outros similares),
ameaçadas de extinção pela redução de seus habitats naturais e pelo tráfico
ilegal, já que estas aves possuem um alto valor no mercado internacional por
possuírem grande beleza de cores e capacidade de imitar a voz humana.
A
técnica de identificação individual pelo DNA (ii-DNA) ou DNA fingerprinting, consiste em detectar as
sequências do genoma repetidas lado a lado, cujo conjunto é denominado minissatélite, ou VNTR (Variable Number of Tandem Repeats). A partir de 0,1ml do
sangue de cada ave, digerido com uma enzima de restrição, fracionado por
eletroforese em gel de agarose, transferido para uma membrana de nylon e
hibridado com sondas 33.6 e 33.15.
Sabendo-se
que cerca de 50% das bandas são de origem materna e a outra metade paterna, os
pesquisadores podem identificar graus de parentesco entre as aves, ver os
ancestrais comuns, identificar pelo ancestral o local de origem da ave
especialmente se for aprendida no trafico ilegal, mas acima de tudo propor que
aves menos aparentadas possam formar casais, especialmente em cativeiros.
Esta
preocupação se justifica pelo perigo da perda da variabilidade genética. Reduzindo
os habitats, os grupos de aves da mesma espécie tendem a se afastarem,
provocando o acasalamento entre espécies consanguíneas, o que ameaça a
sobrevivência e fertilidade em curto prazo e em longo prazo, a perda da
variabilidade necessária a sua evolução.
Outros
aspectos, que aceleram o processo de extinção, são: o fato dos psitacídeos terem
uma postura média de dois a seis ovos e muitos não chegarem a se desenvolver em
adultos; por terem uma média de vida de 10 a mais de 50 anos e o tráfico ilegal retira
os filhotes da natureza, provocando uma perda anual de gerações jovens nas
populações naturais.
Sendo
assim, este tipo de pesquisa é relevante para a manutenção
de certas espécies em risco de extinção ao promover sua diversidade genética, evitando endocruzamentos, pois as doenças e as variações ambientais severas são mais destruidoras nas populações com menor variabilidade genética.
Artigo original:
Wajntal, A., Miyaki, C. Y., Martins, C. F. e Kawall, N. Usando Técnicas
de DNA para preservar aves em extinção. Revista Ciência Hoje, 1995.
Resumo elaborado
pela Mestranda Lisiane de Souza
Disciplina: Tópicos
Atuais em Biologia Molecular, Genética e Evolução
Professora Gladis Franck da Cunha
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