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Mexilhão dourado e Tilápia |
As invasões de animais e de plantas são apontadas, hoje,
como a segunda maior causa da perda da biodiversidade nos ecossistemas naturais
do mundo, superada apenas pela fragmentação de habitats.
As invasões biológicas têm causas diversas, muitas espécies
são levadas a outras áreas por serem empregadas em atividades econômicas
(agricultura, pecuária e piscicultura), através do tráfico ilegal de animais de
estimação ou plantas ornamentais, transportadas acidentalmente na água de
lastro de navios ou através de turistas, pelas estradas, em aviões.
No Brasil, algumas das principais culturas agrícolas têm
origem em outras regiões do mundo, como o trigo (proveniente da Ásia), o arroz
(das Filipinas), a cana-de-açúcar (da Nova Guiné) e a soja (da China).
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Arroz e trigo. |
Algumas
espécies de fauna, também foram introduzidas no Brasil, como a Tilápia (peixe
Africano), Mexilhão-dourado (da China), Caramujo-gigante-africano (nativo do
leste do nordeste da África).
O processo de invasão biológica ocorre em três etapas:
estabelecimento (período crítico e demorado, onde a espécie invasora se adapta
aos poucos às novas condições ambientais), expansão (a espécie começa a
expandir a sua distribuição geográfica para habitats favoráveis próximos) e
saturação (a espécie invasora chega a um limite geográfico ou não há mais
habitat favorável).
As espécies invasoras estabelecidas interagem de diversas
formas com as nativas, podem ser predadoras (como os peixes carnívoros),
competem por espaço e/ou recursos (como algumas gramíneas), competem pela água
e nutrientes do solo, no banco de sementes, podem gerar epidemias ou pestes na
agricultura, dentre outros prejuízos. Infelizmente, quando estas consequências
se tornam evidentes, os danos, na maioria dos casos, já são irreversíveis.
No Brasil, já foram identificadas cerca de 126 espécies
invasoras, vindas de outros países ou outras regiões internas. A maioria dos
vegetais invasores (90%) e parte dos animais (23%) foram trazidas para o país
intencionalmente.
Algumas epidemias brasileiras são originárias de outros
continentes, como a dengue (doença asiática), cujo vetor no país é o mosquito
Aedes aegypti (invasor de origem africana).
Este artigo objetiva uma reflexão a cerca da degradação
ambiental decorrente das invasões biológicas, pois este é um problema
considerado importante agente de mudança global de causas humanas, sendo
equiparado às mudanças climáticas e à ocupação do solo.
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Algumas espécies nativas também se tornaram problemas, no próprio Brasil, ao serem introduzidas em outros habitats como o Mico de tufos. |
A falta de políticas oficiais de prevenção e de estudos
científicos em longo prazo contribui para o agravamento desse caso. Medidas de
prevenção às espécies invasoras precisam ser aplicadas, visando à preservação
da biodiversidade nativa.
Artigo original: DELCIELLOS, Ana Cláudia; LORETTO, D. O
mundo invadido: consequências atuais das invasões biológicas. Ciência Hoje, Rio
de Janeiro: vol. 40. p. 24 a 29, 2007.
Resumo elaborado por: Janete Maria Scopel
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências
e Matemática/UCS.
adorei me ajudou muito na minha dissertação obrigado!
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