14 abril, 2013

Alguns pensamentos de Rousseau sobre temas “Do Contrato Social”

por
Jean Jacques Rousseau
1- Renúncia à liberdade.
Assim como não há legítimo poder capaz de alienar a liberdade de alguém, é inadmissível alguém renunciar a sua liberdade, pois “tal renúncia é incompatível com a natureza humana”.

2- A autoria das leis.
Rousseau deixa claro que “o povo submetido às leis, deve ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se associam regulamentar as condições de sociedade”.

Mas como “uma turba cega, que em geral não sabe o que quer, porque raramente conhece o que lhe convém, executará por si mesma um empreendimento de tal importância e tão difícil como um sistema de legislação?”.

Assim, o povo elege alguns notáveis, a partir do seu meio, para que sejam seus legisladores. No entanto, não se podem confundir os papéis, ao governo cabe governar, ao legislativo legislar, e aos vassalos obedecer.

3- Degeneração de um governo.
Ela acontece quando o exercício do poder  passa a ser detido por um número cada vez menor de pessoas, quando o príncipe usurpa o poder soberano, rompendo o pacto social, onde os cidadãos, “recolocados de direito em sua liberdade natural, são forçados, mas não obrigados a obedecer”.

A usurpação do poder soberano pode levar à tirania ou ao despotismo.

4- A censura e os costumes.
A censura é necessária para manter os costumes “impedindo que as opiniões se corrompam”. Os costumes não se regulamentam pelas leis, porém “é a legislação que lhes dá nascimento”. Assim, uma vez que se perdem as leis, não haverá força de censor suficiente para restabelecer os costumes.

Algumas questões sobre o contrato social de Rousseau.


1- Quando Rousseau afirma que o homem nasce livre e, por toda parte encontra-se escravizado, não estabelece uma contradição?
Rousseau afirma que a liberdade faz parte da natureza do homem, mas reconhece que alguns usam da lei da força para subtraí-la. Assim como a ordem social, apesar de não ser natural, constrói-se por convenção, pela mesma maneira é imposto o direito de escravizar, apesar de o homem ter nascido para ser livre.

2- O que Rousseau quer dizer com: “Pode-se adquirir a liberdade, nunca recobrá-la”?
Uma vez que um estado seja sacudido por revoluções e guerras civis, é muito difícil o restabelecimento da situação anterior, é mais fácil a dispersão do povo ou a sua rendição a um senhor, do que a sua libertação. Apesar de Rousseau exemplificar algumas exceções, inclusive no seu país natal, assevera que na maioria das vezes, a perda da liberdade dos povos é definitiva.

3- Qual é, para ele, o fim da associação política?
“O poder legislativo é o coração do estado”, qualquer um pode viver tendo um cérebro deficiente, mas ninguém vive sem o coração batendo. Falhando o poder legislativo, o estado deixa de existir, tornando inócuo o contrato que o criou. A debilidade das leis longe de ser a causa, é um sintoma da inexistência do poder legislativo, que é a real causa do fim do corpo político.

4- Qual é a única lei que exige consentimento unânime?
O pacto social é a única lei que exige unanimidade porque ele representa a abdicação do homem ao direito natural à liberdade.

 Assim, “a associação civil é o mais voluntário de todos os atos do mundo”. 

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