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Puma por CogumeloDia |
O fato do movimento ser essencial para a sobrevivência da maioria dos
animais, permitiu que os processos evolutivos desenvolvessem estruturas
refinadas para controle do equilíbrio, garantindo maior domínio dos movimentos
complexos essenciais à caça, à fuga ou a luta, por exemplo.
Quando um animal está em movimento ele precisa constantemente corrigir sua
postura para evitar as quedas, mas este controle não pode suplantar as atividades
complexas mais “nobres” como a orientação espacial e a tomada de decisões, por
isso, estas atividades permanecem subconscientes. Todavia, qualquer problema
relacionado ao equilíbrio pode gerar tonturas ou acidentes, dificultando ou até
inviabilizando tais atividades mais “nobres”.
O equilíbrio e o ser humano.
O
equilíbrio é um fator de grande importância para o ser humano, pois sem ele
seria difícil ou até impossível a realização de algumas tarefas como caminhar
ou mudar rapidamente de direção quando estamos em pé.
O
equilíbrio é uma função neurológica que permite às articulações retronarem ao
seu estado inercial após a realização de um movimento que provoca instabilidade.
Para a realização de tais habilidades o organismo utiliza o aparelho vestibular
localizado próximo ao ouvido humano que funciona não para ouvir e sim para informar
ao cérebro qual é sua relação postural em relação ao ponto de apoio.
São essas funções que
interferem diretamente no equilíbrio, pois as informações conduzidas ao Sistema
Nervoso Central geram uma resposta no tônus muscular aumentado ou diminuído a
contração muscular, de acordo com a necessidade para que o corpo se mantenha na
posição desejada.
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As passarelas são espaços 'privilegiados' para perda de equilíbrio. |
A estrutura do sistema vestibular.
O sistema
ou aparelho vestibular é o conjunto de órgãos do ouvido interno dos vertebrados
responsáveis pela manutenção do equilíbrio.
No homem,
o aparelho vestibular é composto pela cóclea, três canais semicirculares e duas
câmaras conhecidas como sáculo e utrículo. Ao conjunto destas estruturas chama-se labirinto, devido à
complexidade da sua forma tubular.
Anatomicamente,
o sistema vestibular é constituído por uma estrutura óssea dentro da qual se
encontra um sistema de tubos membranosos cheios de líquido, cujo movimento
estimula células ciliadas que enviam impulsos nervosos ao cérebro ou
diretamente aos centros que controlam o movimento dos olhos ou os músculos que
mantêm o corpo numa posição de equilíbrio.
Para além
do líquido, no sáculo e no utrículo encontram-se otólitos, corpos rígidos cujo
movimento estimula igualmente os nervos que controlam a postura do animal.
Os receptores contidos no sistema
vestibular são muito sensíveis e detectam qualquer alteração da posição da
cabeça ou da direção do movimento. Assim, o aparelho vestibular informa os
centros nervosos sobre a velocidade da cabeça e seu posicionamento e inicia os
reflexos necessários para a estabilização do olhar, da cabeça e do corpo.
Por meio
do equilíbrio é que se consegue permanecer de pé, andar, correr, pular e
principalmente mexer todos os membros. Tais movimentações somente são
realizadas porque o organismo, através do aparelho vestibular, consegue
estabilizar as forças exercidas no movimento, fazendo com que estas sejam
anuladas, ou seja, faz com que a força realizada seja compensada para que as
articulações retomem a posição inicial dos movimentos.
Evitando os desquilíbrios na dança.
Os
bailarinos precisam, em muitas coreografias girarem velozmente, para não se desequilibrarem
eles usam a técnica de manter um ponto focal e girar a cabeça mais rápido que o
restante do corpo.
Assim iniciam o giro do corpo mantendo a cabeça parada o máximo de tempo possível e quando precisam girá-la fazem isso com velocidade.
Assim iniciam o giro do corpo mantendo a cabeça parada o máximo de tempo possível e quando precisam girá-la fazem isso com velocidade.
Esta técnica
funciona porque quando fixamos nosso olhar num ponto e só permitimos o giro da
cabeça quando chegamos ao extremo do movimento, mantemos nossa cabeça parada o
maior tempo possível, menos informações são enviadas ao cérebro e há um menor
estímulo nesses receptores, evitando a tontura.
Mantendo a Postura:
Para melhorar o equilíbrio de forma
consciente usa-se a musculatura. Existem músculos chaves para a manutenção da
postura ereta.
Com a contração isométrica se ameniza
a ação da gravidade, mantendo o equilíbrio, mesmo num momento de desaceleração.
Para isso, são essenciais os músculos posteriores do tronco e das pernas, mas a
contração dos músculos do abdômen também contribui neste processo.
O controle postural, além de
possibilitar a sobrevivência humana, permitiu o desenvolvimento de uma das
artes mais antigas: a dança. Assim, o conhecimento das técnicas posturais e a
saúde do aparelho vestibular permitem que possamos nos deleitar com apresentações
como a de Natalia Osipova, dançando a variação de Kitri na "Moscow
competition 2005".
Referências:
1- Cristiane
Bittencourt, Jefferson
Guedes dos Santos, Jordana Verdi, Júlia Mattos, Raquel De Villa: Oequilíbrio postural, Trabalho apresentado na disciplina Biologia Celular
(UCS/CARVI) em junho de 2012.
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