30 abril, 2012

Microcosmos: os micronutrientes e o ser humano.

por
O Homem como um Microcosmo da capa do livro de Robert Fludd. 

 Algumas características são comuns a todos os seres vivos, assim a matéria viva dos terráqueos consiste de um número relativamente pequeno de elementos.

O organismo dos seres humanos, assim como os demais seres vivos consiste de 70% ou mais de água, mas considerando sua massa seca podemos destacar elementos que são abundantes e outros que estão presentes em quantidades diminutas. 

Os elementos mais abundantes no corpo humano somam 97% da massa seca (veja tabela), enquanto muitos elementos presentes em quantidades diminutas somam apenas 3% da massa seca.

Porém apesar de suas quantidades diminutas, muitos outros elementos são essenciais.

O que é um elemento essencial?
Para que se considere um elemento químico essencial este deve cumprir quatro condições:
  1. A ingestão insuficiente do elemento provoque deficiências funcionais, reversíveis se o elemento voltar a ficar nas concentrações adequadas;
  2. Sem o elemento, o organismo não cresce ou nem completa o seu ciclo vital;
  3. O elemento influi diretamente no organismo e está envolvido em seus processos metabólicos
  4. O mesmo efeito no organismo não pode ser conseguido por nenhum outro elemento.

Micronutrientes na Matéria Viva:

FERRO
Embora no corpo humano sua quantidade seja diminuta o Ferro entra na constituição de várias enzimas essenciais à vida. Além disso, ele é o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre (aproximadamente 5%) e, entre os metais, somente o alumínio é mais abundante.

Praticamente encontrado em todos os seres vivos constitui moléculas orgânicas que cumprem numerosas e variadas funções, pois o ferro é o metal de transição mais encontrado em metaloproteínas.

Por exemplo, há diferentes proteínas que contêm o grupo heme, que consiste na ligação da porfirina com um átomo de ferro, podem-se destacar:

1- A hemoglobina, a mioglobina e a neuroglobina. A primeira transporta oxigênio, O2, e outras duas o armazenam e disponibilizam respectivamente para os músculos e tecido nervoso.
2- Os citocromos participam da redução do oxigênio a água na respiração celular.
3- As peroxidases e catalases catalisam a oxidação de peróxidos, H2O2, que são tóxicos.
4- As proteínas de ferro/enxofre (Fe/S) participam em processos de transferência de elétrons.

Grupamento Heme


Também é possível encontrar proteínas onde os átomos de ferro se enlaçam entre si através de pontes de oxigênio. São denominadas proteínas Fe-O-Fe. Alguns exemplos:

1- Monooxigenases  participam da oxidação do metano em bactérias metanotróficas, que usam o metano (CH4) como fonte de energia e de carbono. Os seres humanos também possuem monooxigenases citocromo P450 dependentes, que participam das reações de desintoxicação realizadas no fígado, por exemplo.

2- A hemeritrina transporta oxigênio em pequeno número de vermes marinhos.
Hemeritrina

3- Algumas ribonucleotídeorredutases que contêm ferro catalisam a formação de desoxirribonucleotídeos.

O Ferro é essencial durante a fase de crescimento e na gravidez. A vitamina C pode aumentar a absorção de ferro em até 30%. Na alimentação pode ser encontrado no fígado, coração, ostras, feijão, carnes, gema de ovo, legumes e vegetais verdes.

Todavia, quantidades excessivas de zinco ou ingestão conjunta com cálcio interferem na absorção de ferro. Sua deficiência provoca anemia, hemorragia intestinal e fluxo menstrual excessivo.

Todavia, o Ferro em excesso é tóxico, pois aumenta a produção de radicais livres e está associado a doenças cardíacas. Quando o ferro se encontra nos níveis normais, os mecanismos antioxidantes do organismo podem controlar este processo. Já o ferro em excesso se acumula no fígado provocando danos neste órgão

A dose letal de ferro em crianças de dois anos é de três gramas.  Um grama pode provocar um envenenamento importante. O envenenamento por ferro é denominado hemocromatose.

FLÚOR
O Flúor é o elemento mais eletronegativo e o mais reativo dos ametais e forma compostos com praticamente todos os demais elementos. 
 Salva Dentes por Evandro  

Nos mamíferos ele se combina com o fosfato de cálcio presente nos dentes, formando a fluoropatita que é muito mais resistente. Com isso os dentes ficam protegidos da ação corrosiva dos ácidos produzidos pela fermentação de bactérias da boca, evitando a cárie.

É encontrado na água fluorada, porém a ingestão excessiva favorece o aparecimento de manchas nos dentes. Embora seja essencial para fortalecer os dentes o flúor deve ser utilizado com sabedoria, por ser muito reativo e tóxico.



COBRE

O cobre é um elemento essencial à vida em geral, participando no caso do organismo humano no processo de fixação do ferro na hemoglobina. Além disso, o Cobre está presente em dois dos centros REDOX do  complexo IV da cadeia transportadora de elétrons das mitocôndrias. As maiores concentrações são encontradas no cérebro e fígado.

O cobre atua como cofator em vários processos enzimáticos, como catalisador na síntese da hemoglobina, na conversão da tirosina em melatonina dos hormônios tireoideanos T3 e T4, na proteção estrutural da bainha de mielina e na síntese da elastina e do colágeno. Também integra várias metaloenzimas.

Apesar de essencial,  o Cobre em excesso é muito tóxico por possuir a característica de se acumular no organismo e gerar possíveis reações tóxicas: bioacumulação. A ingestão de sais de cobre causou vômito, letargia, anemia hemolítica aguda, dano renal e hepático e, em alguns casos, morte.

Em certos organismos o Cobre assume o papel do ferro em integrar moléculas responsáveis pelo transporte de oxigênio, a exemplo da hemocianina, fato que confere a esses animais um sangue de coloração azulada ao invés do vermelho tradicional.

Hemocianina

Através do sangue azul dos Límulos (uma espécie de caranguejo) produz-se uma substância  poder bactericida e antitoxinas é bem conhecido, por tal motivo litro de sangue desse animal é comercializado por milhares de dólares no mercado associado. 
Límulus

A sangria pode ser feita de forma controlada e sem o óbito do animal, e durante a vida útil um único espécime pode render mais de 2500 dólares americanos.

Os compostos de cobre são usados no tratamento da água para controle de algas (sulfato de cobre pentahidratado) porém a ingestão de água contendo altas concentrações deste metal pode produzir náusea, vômito, dor abdominal e diarréia. 

As crianças são mais sensíveis aos efeitos da exposição ao cobre. A exposição prolongada a concentrações elevadas do metal em alimentos ou água pode causar dano ao fígado de crianças.

MANGANÊS

O manganês é um elemento químico essencial para todas as formas de vida, pois tem funções tanto estruturais quanto enzimáticas.

O manganês desempenha papel fundamental nos processos fotossintéticos de produção de O2, na degradação oxidativa de lignina, em diversas reações de hidrólise.

O manganês é essencial nos processos de proteção contra estresse oxidativo. Entre essas enzimas de proteção, destacam-se a superóxido dismutase de manganês (Mn-SOD), que catalisa superóxidos e a Mn-catalase, que catalisa o peróxido de hidrogênio (H2O2).
Superóxido Dismutase de Manganês

Em humanos, o manganês é absorvido no intestino delgado, acabando a maior parte no fígado, de onde se dirige para as diferentes partes do organismo. Sua carência pode causar: perda de peso, fragilidade óssea, dermatite, degeneração do ovário ou testículos e náuseas. Seu excesso pode causar: anorexia, alucinações, dificuldade de memorização, insônia e dores musculares.

O manganês é encontrado em cereais integrais, gema de ovo e vegetais verdes.

SELÊNIO

Faz parte de enzimas destruidoras de radicais livres como aglutadiona peroxidase e também está associado ao metabolismo de gorduras e da vitamina E.

Estudos realizados em pacientes com câncer indicaram que as pessoas com os menores níveis de selênio desenvolveram mais tumores, apresentaram uma taxa maior de recorrência da doença.

O selênio pode proteger o coração, principalmente por reduzir a viscosidade do sangue e diminuir o risco de formação de coágulos. Além disso, ele aumenta a proporção de colesterol HDL ("bom") com relação ao LDL ("mau"), o que é fundamental para a manutenção de um coração saudável.

Sua carência nos humanos pode causar: esterilidade feminina, infecções, problemas de crescimento e insuficiência pancreática. Seu excesso pode causar: artrite, cansaço, halitose, irritabilidade, disfunção renal, desconforto muscular e pele amarelada.

Estudos recentes alertam para o fato de que altas taxas de selênio no sangue podem estar associadas ao desenvolvimento de diabetes em adultos. Embora mais pesquisas devam ser feitas para confirmar este fato, especialistas sugerem que não sejam recomendados alto consumo de selênio para pacientes diabéticos.

Boas fontes de Selênio são cebola, castanha-do-pará, carne, peixe e frutos do mar em geral.

MOLIBDÊNIO

O molibdênio atua como cofator de molibdênio (coMo) em diferentes enzimas com a função de transferir átomos de oxigênio da água (H2O), produzindo a transferência de dois elétrons. Algumas das enzimas que contém este cofator são a xantina oxidase que oxida a xantina a ácido úrico, a aldeído oxidase que oxida aldeídos, assim como a sulfito oxidase que oxida sulfitos no fígado.
Leguminosas são ricas em Molibdênio.

Também pode atuar como um cofator em enzimas chamadas nitrogenases, que intervêm na fixação do nitrogênio molecular atmosférico no ciclo de nitrogênio de bactérias e outros micro-organismos.

A deficiência de molibdênio no organismo pode produzir graves problemas, porém como é necessário em microdoses e está presente em todos os alimentos, sua deficiência é muito rara. As fontes mais ricas em molibdênio são leguminosas, grãos de cereais, vegetais de folha verde-escura, vísceras.

ZINCO

O zinco é um elemento químico essencial para a vida: intervém no metabolismo de proteínas e ácidos nucleicos, estimula a atividade de mais de 100 enzimas, colabora no bom funcionamento do sistema imunológico, é necessário para cicatrização dos ferimentos, intervém nas percepções do sabor e olfato e na síntese do DNA.

Além disso, atua em várias funções metabólicas vitais, está relacionado à multiplicação celular, mantém os níveis sanguíneos de vitamina A e faz parte da molécula de muitas enzimas antioxidantes. Uma dieta rica em zinco diminui o risco de hemorragias e melhora a cicatrização das feridas.

Zinc Fingers são proteínas com Zn que atuam regulando o DNA e RNA

A ingestão diária recomendada de zinco é em torno de 10 mg, menor para bebês, crianças e adolescentes (devido ao menor peso corporal), e algo maior para as mulheres grávidas e durante o aleitamento.

A deficiência de zinco pode produzir retardamento no crescimento, perda de cabelo, diarreias, impotência sexual e imaturidade sexual nos adolescentes, apatia, cansaço e depressão, lesões oculares e de pele, inclusive acne, unhas quebradiças, amnésia, perda de apetite, perda de peso e problemas de crescimento, aumento do tempo de cicatrização de ferimentos e anomalias no sentido do olfato.

As causas que podem provocar uma deficiência de zinco são a insuficiente quantidade na dieta alimentar e a dificuldade na absorção do mineral que pode ocorrer em casos de alcoolismo, quando é eliminado pela urina ou, ainda, devido à excessiva eliminação por causa de desordens digestivas.

 É sabido que o zinco desempenha um papel vital no desenvolvimento animal e vegetal. De modo que, na agricultura, o zinco é usado como suplemento nutritivo para promover o crescimento das plantas.

Nos alimentos é encontrado em carne, ovos, peixe, crustáceos, leite e legumes, farelo de trigo.

O excesso de zinco tem sido associado com baixos níveis de cobre, alterações na função do ferro, diminuição da função imunológica e dos níveis de colesterol bom.

Embora o elemento não seja considerado tóxico, existem certos sais de zinco cuja ingestão provoca náuseas e diarreia. A inalação de óxido de zinco pode provocar lesões nos pulmões e, de um modo geral, em todo o sistema respiratório.

IODO

O Iodo é componente dos hormônios da glândula tireoide, que estimulam o metabolismo do corpo e controlam o fluxo de energia, auxiliando no metabolismo de gorduras.
Bócio

Sua carência pode acarretar bócio (papo formado pelo crescimento da glândula tireóide), falta de memória, dificuldade de aprender a ler, cansaço diário. O  déficit de iodo na infância pode originar o cretinismo, ocasionando um retardo mental e físico.

O excesso de produção de hormônios na tireoide conduz ao hipertireoidismo.

O iodo também é conhecido como desinfetante devido à sua fácil reatividade com elementos orgânicos proporcionada por sua alta eletronegatividade.

Encontrado em frutos do mar, sal de cozinha iodado e laticínios.

COBALTO

Componente da vitamina B12, sua falta leva à anemia perniciosa, pois esta vitamina é fundamental para a eritropoiese, o metabolismo dos aminoácidos e dos ácidos nucleicos e para uma boa manutenção do sistema nervoso.
Vitamina B12

A presença de quantidades de Cobalto entre 0,13 e 0,30 ppm no solo melhora sensivelmente a saúde dos animais de pastoreio.

Encontrado em: Fígado,Ostras , Carne de vaca, Ovos e derivados,Leite e derivados, Peixes, Abacate, 

Lêvedo de cerveja, Batata, alga Nori.

BORO

boro começou a atrair atenção especial devido a um estudo recente que indica seus possíveis benefícios na prevenção da osteoporose pós-menopausa. As necessidades diárias são por volta de 1 mg, sendo que 3 mg melhora a absorção de cálcio.

Os benefícios atribuídos ao consumo do boro são: manter os ossos fortes, prevenir a osteoporose,  absorver melhor a vitmanina D, diminuir as dores menstruais, evitar a perda de cálcio e de outros minerais, prevenir anomalias durante o crescimento, diminuir o risco de artrite reumatóide, regular a pressão arterial e diminuir o colesterol.

Fontes alimentares: frutas secas, amêndoas, folhas verdes escuras, suco de uva, feijões, maçãs e peras.

SILÍCIO

O silício está diretamente relacionado ao crescimento dos animais tanto na formação dos órgãos quanto dos ossos.  

Silício
Apesar de não ser totalmente comprovado, sugere-se que o silício exerça um papel tanto na formação da matriz quanto na sua calcificação, sobretudo no início de sua formação e independente da ação da vitamina D.

Também está relacionado com a formação da cartilagem e, em particular, do colágeno e das proteoglicanas da matriz dos tecidos conjuntivos.

Silício e seus compostos inorgânicos comuns não são tóxicos; são inertes e passam pelo sistema digestorio intactos, porém a inalação do pó seco de silício pode causar pneumoconiose e silicose, que afetam principalmente os mineiros, trabalhadores de pedreiras ou túneis. Estas doenças, nos casos mais graves, podem causar a perda da capacidade pulmonar, além de tosse, infecções, dispneia e distúrbios cardíacos.

VANÁDIO

O nome deste elemento foi dado em homenagem à Deusa Vanadis.
Deusa Vanadis ou Freya

Em humanos não está demonstrada a sua essencialidade, ainda que existam compostos de vanádio que imitam e potencializam a atividade da insulina.

O Vanádio é encontrado em algumas enzimas de diferentes seres vivos. Por exemplo, nas "haloperoxidases" de algumas algas, que reduzem peróxidos.

As ascídias (urocordados) armazenam altas concentrações de vanádio, em torno de um milhão de vezes mais altas que na água do mar ao seu redor, encontrando-se numa molécula denominada "hemovanadina". 

Nestes organismos o vanádio se armazena em células chamadas de "vanadócitos". Também acumulam altas concentrações de vanádio o fungo amanita muscaria.

O vanádio está presente na formulação de suplementos alimentares que visam emagrecer, aumentar o metabolismo basal, ter mais energia, combater o cansaço, eliminar a gordura localizada e combater o envelhecimento precoce.

CROMO

Em princípio, se considera o cromo um elemento químico essencial, ainda que não se conheça com exatidão suas funções. Parece participar do metabolismo dos lipídios e dos hidratos de carbono, assim como em outras funções biológicas. A ausência de cromo provoca intolerância à glicose e, como consequência, o aparecimento de diversos distúrbios.

Até hoje não foi encontrada nenhuma metaloproteína com atividade biológica que contenha cromo, por isso ainda não se pode explicar como atua.

Sua carência nos seres humanos pode causar ansiedade, fadiga e problemas de crescimento. Em contraposição, seu excesso (em nível de nutriente) pode causar dermatites, úlcera, problemas renais e hepáticos.

O excesso da dosagem pode acarretar intoxicação, assim uma pessoa que necessita de complementação alimentar deve procurar ajuda profissional de médicos ou especialistas.

O cromo produzido por processos industriais é um carcinógeno e afeta o sistema imunológico de seres humanos. O filme “Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento” relata os efeitos maléficos do cromo VI, numa história foi baseada em fatos verídicos, onde uma cidade Americana foi vítima da contaminação por cromo através da água, levando alguns moradores passaram a desenvolver o câncer.

NÍQUEL

Mais conhecido pelo seu uso na confecção de moedas o níquel também é considerado essencial e tem papel biológico parecido com o ferro por serem muito próximos.

Nos seres vivos, muitas, porém não todas, as enzimas hidrogenases contém níquel, especialmente aquelas cuja função é oxidar o hidrogênio. Parece que o níquel sofre mudanças no seu estado de oxidação indicando que o núcleo de níquel é a parte ativa da enzima.

O níquel também está presente em bactérias metanogênicas.


BROMO

O bromo é encontrado em níveis de traço em humanos. É considerado um elemento químico essencial, entretanto ainda não se conhece exatamente as funções que realiza. 

Alguns de seus compostos têm sido empregados no tratamento contra a epilepsia e como sedantes.

CÁDMIO

É um dos metais mais tóxicos, apesar de ser um elemento químico essencial, necessário em quantidades muito pequenas, entretanto, sua função biológica não é muito clara.

A exposição ao cádmio nos humanos ocorre geralmente através de duas fontes principais: a primeira é por via oral  e a segunda por inalação. 

Os fumantes são os mais expostos ao cádmio porque os cigarros contêm este elemento. Em organismos intensamente expostos, o cádmio ocasiona graves enfermidades, entretanto, o modo real pelo qual este elemento age como agente tóxico tem sido pouco estudado.

O cádmio entra na corrente sanguínea por absorção no estômago ou nos intestinos logo após a ingestão do alimento ou da água,usualmente só é absorvido pelo sangue aproximadamente 1 a 5% do cádmio ingerido por via oral, entretanto é absorvido de 30 a 50% quando inalado. Assim, em pessoas que inalam o cádmio se observa ua frequência bem mais alta de enfisema pulmonar e câncer de pulmão.

Pulmão com enfisema

A acumulação de cádmio no organismo acarreta vários problemas de saúde como a doença “Itai-Itai”. Essa doença produz problemas no metabolismo, gerando complicações: descalcificações, reumatismos. Efeitos mais graves são decorrentes da alta concentração de cádmio, que destrói o tecido testicular e as hemácias sanguíneas.

O cádmio foi considerado carcinogênico e seu acúmulo no organismo ainda é responsável pelo desenvolvimento de hipertensão e doenças do coração, ele está em mariscos, ostras e peixes de água salgada, alguns tipos de chá e na fumaça do cigarro.

Ultimamente, a grande preocupação com relação à poluição ambiental é resultante do descarte de baterias de telefones celulares e pilhas elétricas que contém os metais tóxicos níquel e cádmio.

Elementos presentes no corpo humano, mas não essenciais?

Alguns elementos encontrados em quantidades diminutas no corpo humano ainda não são considerados essenciais  ao ser humano, mas o são, comprovadamente, fundamentais a outros organismos.

Além disso, sabe-se que outros elementos presentes no corpo humano são altamente tóxicos em quantidades maiores. Seriam eles apenas nossos “inimigos na trincheira”?

TUNGSTÊNIO

O tungstênio é o único metal da terceira série de transição que se sabe ocorrer em biomoléculas de algumas espécies de bactérias. Nestes organismos, as enzimas que utilizam o tungstênio reduzem ácidos carboxílicos a aldeídos e podem também catalisar oxidações.

É o elemento mais pesado usado por seres vivos.

O tungstênio interfere com os metabolismos do molibdênio e do cobre, tornando-se tóxico para a vida animal. Porém, descobriu-se que os tetratiotungstatos podem ser usados como compostos de quelação do cobre biológico, de modo similar aos tetratiomolibdatos.

Dado que o tungstênio é raro e os seus compostos geralmente são inertes, os efeitos do tungstênio sobre o ambiente são limitados. A dose letal depende do animal e do método de administração e varia de 59 mg/kg (intravenosa, coelho) a 5000 mg/kg (pó de tungstênio metálico, intraperitoneal, ratos).

ALUMÍNIO

O alumínio é um dos poucos elementos abundantes na natureza que parecem não apresentar nenhuma função biológica significativa. Ele é o elemento metálico mais abundante da crosta terrestre e sua ocorrência em todos os órgãos, tecidos e fluídos do corpo humano demonstra que convivemos com o alumínio desde o nascimento.

O sulfato de alumínio é usado como floculante nas estações de tratamento de água, onde age aglutinando pequenas partículas indesejáveis, além de organismos e bactérias prejudiciais à saúde, o que facilita a sua eliminação.

Algumas pessoas manifestam alergia ao alumínio, sofrendo dermatites ao seu contato, inclusive desordens digestivas ao ingerir alimentos cozidos em recipientes de alumínio. Para as demais pessoas o alumínio não é considerado tão tóxico como os metais pesados, ainda que existam evidências de certa toxicidade quando ingerido em grandes quantidades.

Tem-se sugerido que o alumínio possa estar relacionado com o mal de Alzheimer, ainda que esta hipótese não tenha comprovação conclusiva.

O Alumínio é um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre na forma de óxido de alumínio (Al2O3). Talvez por causa disto ele é tido como inofensivo mas a exposição a altas concentrações pode causar problemas de saúde principalmente quando na forma de íons em que ele é solúvel em água.

A ingestão do alumínio pode acontecer através da comida, do ar e contato com a pele

A ingestão por muito tempo do alumínio em concentrações altas pode levar a sérios problemas de saúde como: demência, danos ao sistema nervoso central, perda de memória, surdez, fortes tremores, dores musculares, cólicas, fraqueza, inapetência e impotência.

A inspiração de alumínio em pó em fábricas onde este elemento é utilizado no processo de produção pode levar à fibrose pulmonar e outros danos ao pulmão. Na diálise renal ele pode penetrar nos rins e causar danos.

Sua concentração parece ser maior em lagos ácidos. Nestes lagos o número de peixes e anfíbios está diminuindo devido a reações de íons de alumínio com proteínas nos alevinos de peixes e embriões de anfíbios.

Alumínio é um dos principais fatores que reduzem o crescimento das plantas em solos ácidos, pois a maioria dos solos ácidos está saturada de alumínio ao invés de íons de hidrogênio. Nestes casos, a acidez do solo é, portanto, um resultado de hidrólise de compostos de alumínio.

ARSÊNICO

Ainda não está claro que o arsênico seja um elemento químico essencial para todos os organismos vivos, ou que sua deficiência gere complicações. A presença de genes de resistência ao arsênio em virtualmente todos os organismos vivos conhecidos, desde os unicelulares até os multicelulares é um forte argumento contra a hipótese da essencialidade do arsênio.

Algumas formas de vida mais simples como certos organismos unicelulares podem utilizar o arsênico como catalisador em reações para obtenção de energia.

Todavia, doses extremamente baixas de arsênio, como 1 parte por bilhão (ppb) na água ou 7 partes por milhão (ppm) no solo já afetam a saúde de plantas e animais, inclusive a saúde humana, pois o arsênico pode desativar centenas de enzimas envolvidas em diversos processos biológicos celulares.

No início do século XX compostos arsenicais foram utilizados no tratamento da sífilis e da tripanossomíase. Assim sendo, estes compostos foram os primeiros antibióticos, porém com sérios efeitos colaterais.

Colônia de GFAJ-1 possuem arsênico em seu DNA?
O arsênico e seus compostos são extremamente tóxicos, especialmente o arsênio inorgânico.  Milhões de pessoas no mundo inteiro adoecem e morrem sem saber que a causa de suas doenças é o envenenamento crônico por arsênio. As doenças que mais matam no mundo podem ser causadas por arsênio: doenças cerebrovasculares, diabetes e câncer, entre outras.

Curiosamente, em dezembro de 2010, pesquisadores da NASA publicaram artigo indicando que uma linhagem de bactéria GFAJ-1, isolada do lago Mono, na Califórnia,  possui um DNA sustentado que contém o arsênico no lugar do átomo de fósforo, presente nos demais seres vivos até hoje estudados na Terra (Scientific American). 

Esta pesquisa ainda tem sido duramente criticada por muitos cientistas (Bioconhecer)  e gerado controvérsias, resta-nos aguardar mais dados.

Referências:
1- ALVES, Líria. BRASIL ESCOLA Cromo.  Cádmio 
2- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO. Alumínio e saúde
3- BATELLO, Celso F. Efeito antioxidante In Vitro dos Medicamentos Homeopáticos Arsenicum Album, CuprumMetallicum, Manganum E Zincum Metallicum. Dissertação de Mestrado, FACIS e 4- IBEHE, São Paulo 2002. 
5- CETESB – Cobre
7- TUA SAÚDE. Benefícios do Boro
8- VOET, Donald ; VOET, Judith G. ; PRATT, Charlotte W. Fundamentos de Bioquímica. 2ed. Porto Alegre : ARTMED, 2008.

Um comentário:

  1. O texto omite o grande potencial tóxico do níquel, um importante catalizador usado no processo de manufatura de margarinas e gorduras vegetais obtidas a partir de matéria prima em estado líquido. O níquel age ao nível do DNA justamente na proteína de translocação, por isso, quando presente em excesso, é um importante agente cancerígeno: http://www.drmyhill.co.uk/wiki/Nickel_-_toxicity_and_detoxing

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