19 setembro, 2011

Reflexões sobre o pensamento de John Locke


John Locke

John Locke foi um filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. Sua filosofia da mente é frequentemente citada como a origem das concepções modernas de identidade e do "self". Abaixo são feitas algumas reflexões sobre o pensamento e os questionamentos de Locke.


Num estado de natureza, o homem consegue poder sobre o outro...
De acordo com Locke não se deve confundir o estado de natureza com o estado de guerra. O estado de natureza não concede poder de um sobre o outro, assim no estado de natureza  os homens devem viver juntos de acordo com a razão, sem um superior comum na terra com autoridade para julgar entre eles.

Dessa forma, independentemente do estado em que viva, há o estabelecimento do estado de guerra quando alguém tenta colocar outro sob seu poder absoluto, seja atentando contra sua vida, contra seus bens ou contra seus parentes. Neste estado a legítima defesa é justificada porque todos têm direito a auto preservação.

A escravidão nada mais é do que “O estado de guerra continuado entre o conquistador legítimo e o cativo”.

Contrariamente ao que postulou Aristóteles sobre a naturalidade da escravidão, Locke afirma que a liberdade é uma lei natural, já a escravidão é contrária a natureza humana.
Para ele, há uma situação particular em que a escravidão é aceita: quando um homem é condenado à morte e sua vida não mais lhe pertence , portanto, aquele por quem ele perdeu a vida (quando o tem em seu poder), pode retardar o cumprimento de sua pena e utilizá-lo a seu próprio serviço; e isso não lhe causar qualquer dano.

Locke define esta situação como a perfeita condição da escravidão, que é “o estado de guerra continuado entre um conquistador legítimo e seu prisioneiro”. 

Afora esta particularidade, afirma que ninguém tem o direito de oferecer-se como escravo, assim como ninguém tem o direito de dispor da sua própria vida, pois “ninguém pode conceder mais poder do que ele próprio tem”


A natureza fixou bem a medida da propriedade.

Numa clara tentativa de contrapor o direito à propriedade através da transmissão hereditária, Locke une o direito natural à propriedade ao trabalho necessário para obtê-la. 

Desta forma, somente se torna legítimo dono de algo tomado da natureza aquele que adiciona o seu trabalho, acrescentando algo ao bem, excluindo desta maneira o direito potencial dos outros homens sobre tal bem.

Há dois poderes: o de educação e o de veneração.

O poder de educação tem duração limitada, termina com a minoridade, podendo inclusive ser delegado a outrem quando um filho é feito aprendiz de outra pessoa. Porém a obrigação de honra e gratidão dos filhos perdura pela vida inteira.

O poder do legislativo restringe-se ao bem público da sociedade.

Para Locke, o poder legislativo representa o grau máximo de diferenciação entre o estado de natureza e a sociedade civil.

Sua constituição deve-se a necessidade de superação da carência de regras explícitas de convivência experimentadas sob o estado de natureza.

Uma vez que haja homens, unidos sob qualquer pretexto, que não possam recorrer a tal poder, eles ainda não constituem sociedade civil, pois permanecem no estado de natureza.

Para Locke, o legislativo é o poder mais importante porque foi a necessidade de leis, que levou à criação da sociedade civil.

Quando podem ser dissolvidos os governos por problemas internos?

Quando houver a morte do poder legislativo, perpetrada pelo executivo. 

A restrição, a coação, a submissão, ou enquadramento do poder legislativo constituem motivos para a dissolução do governo.

O próprio poder legislativo pode se corromper, tornando-se tirânico. Nesse caso a rebelião é justificável e cabe ao povo instaurar um novo legislativo, diferente daquele que o oprimiu.

Por Isaias Malta da Cunha
Revisado e editado por Gladis Franck da Cunha

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