14 novembro, 2010

TECIDO GLANDULAR OU SECRETOR – Principais Glândulas Exócrinas

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1- Glândula Exócrina; 2- Glândula Endócrina; 3- Glândula Unicelular
As glândulas produzem e eliminam substâncias necessárias ao funcionamento de tecidos, órgãos e sistemas.

O tecido epitelial além de sua função de revestimento forma as glândulas. Todas as glândulas se formam ainda no estagio embrionário, a partir de superfícies epiteliais,de maneira parecida: as células da superfície epitelial multiplicam-se e aprofundam-se nos tecidos mais internos, formando um cordão celular que cresce para o interior do tecido conjuntivo subepitelial.

Após a formação deste cordão celular há dois processos distintos:

1- forma-se um canal ou ducto que comunica as células secretoras com o epitélio de origem, por onde é lançado o produto da secreção glandular na superfície epitelial (secreção exócrina);

2- o cordão celular se desconecta do epitélio original e a secreção é lançada em capilares sanguíneos que irrigam o tecido secretor (secreção endócrina).

Glândulas endócrinas: não têm canal ou ducto secretor por isso eliminam a secreção diretamente nos vasos sanguíneos. Exemplos: tireoide, hipófise, adrenal, entre outras.

Glândulas mistas: possuem ao mesmo tempo uma parte exócrina e outra endócrina como é o caso do pâncreas.

Glândulas exócrinas

Elas eliminam suas secreções para fora do corpo ou para a cavidade dos órgãos. Exemplos: sudoríparas, lacrimais, salivares e o pâncreas exócrino, entre outras.

Tipos de glândulas exócrinas: elas podem ser simples com apenas um canal secretor ou compostas quando têm canal secretor principal e canais secundários. Há também as glândulas unicelulares como as células caliciformes do epitélio intestinal. No aspecto morfológico as glândulas exócrinas podem ser: tubulosas; acinosas; túbulo-acinosas ou alveolares (mamárias).


Tipos de secreção:

Glândulas Merócrinas: somente os produtos da secreção são expelidos através da exocitose. Este é o tipo mais comum de secreção em glândulas serosas, mucosas e mistas.

Glândulas Apócrinas: nesta secreção parte da porção apical do citoplasma é elimidado junto com as vesículas secretórias. Este é um tipo mais raro de secreção que depende de hormônios sexuais e está presente nas glândulas mamárias e glândulas sudoríparas apócrinas.

Glândulas Holócrinas: neste caso toda a célula é perdida durante a secreção como ocorre principalmente nas glândulas sebáceas.

PRINCIPAIS GLÂNDULAS EXÓCRINAS

1- Glândulas anexas ao tubo digestivo.

Salivares: Possuem uma porção secretora a partir da qual partem ductos intercalares, estriados e excretores. Tais glândulas são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, o qual emite septos para o interior.

Parótida: Glândula acinosa composta, sua porção secretora é constituída exclusivamente por células serosas, produzindo grânulos de secreção ricos em proteínas (enzimas amilolíticas). Nos preparados histológicos as células serosas têm aspecto granuloso e escuro.

Submandibular: Glândula túbulo-acinosa composta. Secreção seromucosa, as células serosas se dispõem em meia lua sobre as células mucosas.

Sublingual: Glândula túbulo-acinosa composta, com ácinos mistos (seromucosa),as células serosas se dispõem em meia lua sobre as células mucosas, mas há um evidente predomínio de células mucosas.


GLÂNDULAS ESTOMACAIS: presentes na parede do estômago são secretoras do suco gástrico, uma solução ácida contendo enzimas. As células que compõem essas glândulas são: 1- Células produtoras de muco: Secretam um muco, que recobre a parede do órgão, protegendo-o contra a ação do suco gástrico; 2- Células principais: Secretam uma enzima digestória na forma inativa, o pepsinogênio, que é convertido na forma ativa, a pepsina, graças à ação do HCl; 3- Células parietais: Secretam HCl, cuja função é a conversão do pepsinogênio em pepsina.

As enzimas presentes no suco gástrico são: Pepsina que digere as proteínas formando cadeias grandes de aminoácidos e a Renina que promove a coagulação da caseína, a principal proteína do leite.

Pâncreas: é uma glândula mista recoberta por uma delgada cápsula de tecido conjuntivo, que envia septos para o interior do órgão. O pâncreas possui uma rica rede de capilares sanguíneos. As unidades glandulares chamadas ácinos pancreáticos liberam no intestino o suco pancreático (função exócrina), enquanto outras unidades secretoras (as ilhotas de Langerhans) secretam os hormônios insulina e glucagon na corrente sangüínea, ou seja têm função endócrina.

Pâncreas exócrino: glândula acinosa composta. Seromucosa na espécie humana e serosa nos demais mamíferos. A porção basal das células secretoras é muito rica em RNA, pois a atividade de síntese protéica é grande, com isto esta região se torna bastante basófila. Secreta: tripsinogênio, quimiotripsinogênio, carboxipeptidase, ribonuclease, desoxirribonuclease, lípase e amilase.

Pâncreas endócrino: constituído pelas ilhotas de Langerhans, que estão dispostas entre os ácinos serosos. Nos preparados histológicos corados com hematoxilina crômica de Glomori-floxina diferenciam-se as células A (alfa), que se coram de vermelho, das células B (beta), que se coram em azul. As células A situam-se especialmente na zona periférica da ilhota, secretam o hormônio glucagon. As células B, mais numerosas, situam-se principalmente no centro da ilhota e produzem o hormônio insulina.

Fígado: É um dos maiores órgãos do corpo humano, que realiza diversas funções essenciais à vida, tais como:
  • síntese proteica → secreta as proteínas albumina, protrombina e fibrinogênio do plasma sanguíneo;
  • secreção de bile → secretada para o tubo digestivo, a bile além de enzimas importantes para a digestão de gorduras (ácidos biliares), contém bilirrubina que resulta da eliminação das hemácias velhas;
  • acúmulo de alimentos → armazena gorduras neutras, glicogênio e vitaminas A, B1, B2, B3, B4, B12, D e K;
  • função metabólica → realiza a conversão de lipídios e AA em glicose (gliconeogênese), desaminação de AA e produção de uréia;
  • detoxificação e neutralização → neutraliza e eliminas toxinas através da bile. A detoxificação e neutralização se dão pela oxidação, acetilação, metilação e conjugação de metabólitos, no Retículo Endoplasmático Liso.
Esquema de um lóbulo hepático

Regeneração hepática: o fígado tem alta capacidade de regeneração. Em ratos que tiveram 75% do fígado retirado, houve regeneração completa em um mês. Porém em processos de lesão contínua seguida de regeneração ocorre aumento do conjuntivo, levando à cirrose.


Vesícula biliar: É um órgão oco em forma de pêra constituído por uma mucosa com epitélio prismático simples, uma camada de músculo liso envolta por tecido conjuntivo perimuscular, tudo recoberto por uma membrana serosa.



2- Glândulas da pele
Representação Esquemática

Glândulas sebáceas: são glândulas acinosas compostas, holócrinas, encontradas em todas as regiões do corpo. Situam-se na derme e seus ductos em geral desembocam na porção terminal dos folículos pilosos, com exceção do lábio, glande e pequenos lábios.

Glândulas sudoríparas: são glândulas tubulosas, simples e enoveladas, encontradas em todo corpo com exceção da glande e lábio. As células secretoras são envoltas por células mioepiteliais, que auxiliam a expulsão da secreção.

O suor tem a consistência de um líquido bastante fluido, com pouquíssima quantidade de proteínas, sódio, potássio, cloretos, uréia, amônia e ácido úrico. As células secretoras são, em geral, merócrinas, mas nas axilas e ânus são apócrinas.
 O vídeo abaixo mostra a pele em aumentos crescentes:


3- Glândulas lacrimais

As glândulas lacrimais são do tipo túbulo-alveolar compostas com 8 a 10 canais secretores. Estas glândulas são compostas por células serosas que contêm no seu ápice grânulos de secreção. Localizadas na parte anterior e lateral do teto da órbita ocular.

A glândula lacrimal está alojada na fossa da glândula lacrimal, no osso frontal, recebendo inervação simpática e parassimpática do SNA. Sua porção secretora é envolta por células mioepiteliais, responsáveis pela produção da lágrima, que possui a mesma concentração de cloreto de sódio do sangue e tem a função de lubrificação e limpeza do globo ocular.

A lágrima é um fluído pobre em proteínas e contém apenas uma enzima, a lisozima, responsável por digerir a cápsula das células bacterianas.

4- Glândulas mamárias

 As glândulas mamárias são exócrinas e sua função primordial é a produção de leite para nutrir o recém-nascido. Estas estruturas são exclusivas dos mamíferos, e possuem uma estrutura de ramificação mais complexa do que a das demais glândulas da pele. As glândulas mamárias são formadas por um sistema de ductos rodeados por tecido glandular, que produz o leite. Esta produção é influenciada por vários hormônios, entre eles a prolactina. A forma das glândulas varia conforme a espécie de mamífero.

Ambos os sexos as possuem, embora nos machos, seu desenvolvimento cesse antes mesmo da puberdade. Elas apresentam diversas características básicas em comum com as glândulas apócrinas e sebáceas.

A evolução das glândulas mamárias pode ter ocorrido com a formação de um novo tipo de glândula da pele.

Referências e links:
1- DIGESTIVE SYSTEM II
2- Histologia Medicina UFC – Tecido espitelial glandular
3- INFOESCOLA. Glândula Lacrimal.
4- INSTRUTORIA DE PELE
5- JUNQUEIRA, L.C.U. ; CARNEIRO J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.
6- KELLOGG
7- MENDES, Maximiliano. SISTEMA DIGESTÓRIO, agosto 26, 2007.
8- PLAZZI, Otávio. Tecido epitelial (aula 3)
9- SIUMED
10- TECHNION 
11- UCSF 
12- UWA
13- VANDERBILT
14- WIKIPEDIA – Glândulas Mamárias

3 comentários:

  1. Anônimo29/3/13

    Olá,alguem sabe de um site em que tenha esquemas do assunto de histologia?? fico grato obrigado

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    1. Olá,

      Para acessar textos de histologia deste blog basta clicar no MARCADOR - Histologia no retângulo superior direito desta página. Em cada um dos textos há links para sites de histologia.

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  2. Anônimo17/8/13

    Achei o video da pele irado!

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