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1- Glândula Exócrina; 2- Glândula Endócrina; 3- Glândula Unicelular |
O tecido epitelial além de sua função de revestimento forma as glândulas. Todas as glândulas se formam ainda no estagio embrionário, a partir de superfícies epiteliais,de maneira parecida: as células da superfície epitelial multiplicam-se e aprofundam-se nos tecidos mais internos, formando um cordão celular que cresce para o interior do tecido conjuntivo subepitelial.
Após a formação deste cordão celular há dois processos distintos:
1- forma-se um canal ou ducto que comunica as células secretoras com o epitélio de origem, por onde é lançado o produto da secreção glandular na superfície epitelial (secreção exócrina);
2- o cordão celular se desconecta do epitélio original e a secreção é lançada em capilares sanguíneos que irrigam o tecido secretor (secreção endócrina).
Glândulas endócrinas: não têm canal ou ducto secretor por isso eliminam a secreção diretamente nos vasos sanguíneos. Exemplos: tireoide, hipófise, adrenal, entre outras.
Glândulas mistas: possuem ao mesmo tempo uma parte exócrina e outra endócrina como é o caso do pâncreas.
Glândulas exócrinas
Elas eliminam suas secreções para fora do corpo ou para a cavidade dos órgãos. Exemplos: sudoríparas, lacrimais, salivares e o pâncreas exócrino, entre outras.
Tipos de glândulas exócrinas: elas podem ser simples com apenas um canal secretor ou compostas quando têm canal secretor principal e canais secundários. Há também as glândulas unicelulares como as células caliciformes do epitélio intestinal. No aspecto morfológico as glândulas exócrinas podem ser: tubulosas; acinosas; túbulo-acinosas ou alveolares (mamárias).
Tipos de secreção:
Glândulas Merócrinas: somente os produtos da secreção são expelidos através da exocitose. Este é o tipo mais comum de secreção em glândulas serosas, mucosas e mistas.
Glândulas Apócrinas: nesta secreção parte da porção apical do citoplasma é elimidado junto com as vesículas secretórias. Este é um tipo mais raro de secreção que depende de hormônios sexuais e está presente nas glândulas mamárias e glândulas sudoríparas apócrinas.
Glândulas Holócrinas: neste caso toda a célula é perdida durante a secreção como ocorre principalmente nas glândulas sebáceas.
PRINCIPAIS GLÂNDULAS EXÓCRINAS
1- Glândulas anexas ao tubo digestivo.
Salivares: Possuem uma porção secretora a partir da qual partem ductos intercalares, estriados e excretores. Tais glândulas são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, o qual emite septos para o interior.
Parótida: Glândula acinosa composta, sua porção secretora é constituída exclusivamente por células serosas, produzindo grânulos de secreção ricos em proteínas (enzimas amilolíticas). Nos preparados histológicos as células serosas têm aspecto granuloso e escuro.
Submandibular: Glândula túbulo-acinosa composta. Secreção seromucosa, as células serosas se dispõem em meia lua sobre as células mucosas.
Sublingual: Glândula túbulo-acinosa composta, com ácinos mistos (seromucosa),as células serosas se dispõem em meia lua sobre as células mucosas, mas há um evidente predomínio de células mucosas.
GLÂNDULAS ESTOMACAIS: presentes na parede do estômago são secretoras do suco gástrico, uma solução ácida contendo enzimas. As células que compõem essas glândulas são: 1- Células produtoras de muco: Secretam um muco, que recobre a parede do órgão, protegendo-o contra a ação do suco gástrico; 2- Células principais: Secretam uma enzima digestória na forma inativa, o pepsinogênio, que é convertido na forma ativa, a pepsina, graças à ação do HCl; 3- Células parietais: Secretam HCl, cuja função é a conversão do pepsinogênio em pepsina.
As enzimas presentes no suco gástrico são: Pepsina que digere as proteínas formando cadeias grandes de aminoácidos e a Renina que promove a coagulação da caseína, a principal proteína do leite.
Pâncreas: é uma glândula mista recoberta por uma delgada cápsula de tecido conjuntivo, que envia septos para o interior do órgão. O pâncreas possui uma rica rede de capilares sanguíneos. As unidades glandulares chamadas ácinos pancreáticos liberam no intestino o suco pancreático (função exócrina), enquanto outras unidades secretoras (as ilhotas de Langerhans) secretam os hormônios insulina e glucagon na corrente sangüínea, ou seja têm função endócrina.
Pâncreas exócrino: glândula acinosa composta. Seromucosa na espécie humana e serosa nos demais mamíferos. A porção basal das células secretoras é muito rica em RNA, pois a atividade de síntese protéica é grande, com isto esta região se torna bastante basófila. Secreta: tripsinogênio, quimiotripsinogênio, carboxipeptidase, ribonuclease, desoxirribonuclease, lípase e amilase.
Pâncreas endócrino: constituído pelas ilhotas de Langerhans, que estão dispostas entre os ácinos serosos. Nos preparados histológicos corados com hematoxilina crômica de Glomori-floxina diferenciam-se as células A (alfa), que se coram de vermelho, das células B (beta), que se coram em azul. As células A situam-se especialmente na zona periférica da ilhota, secretam o hormônio glucagon. As células B, mais numerosas, situam-se principalmente no centro da ilhota e produzem o hormônio insulina.
Fígado: É um dos maiores órgãos do corpo humano, que realiza diversas funções essenciais à vida, tais como:
- síntese proteica → secreta as proteínas albumina, protrombina e fibrinogênio do plasma sanguíneo;
- secreção de bile → secretada para o tubo digestivo, a bile além de enzimas importantes para a digestão de gorduras (ácidos biliares), contém bilirrubina que resulta da eliminação das hemácias velhas;
- acúmulo de alimentos → armazena gorduras neutras, glicogênio e vitaminas A, B1, B2, B3, B4, B12, D e K;
- função metabólica → realiza a conversão de lipídios e AA em glicose (gliconeogênese), desaminação de AA e produção de uréia;
- detoxificação e neutralização → neutraliza e eliminas toxinas através da bile. A detoxificação e neutralização se dão pela oxidação, acetilação, metilação e conjugação de metabólitos, no Retículo Endoplasmático Liso.
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Esquema de um lóbulo hepático |
Regeneração hepática: o fígado tem alta capacidade de regeneração. Em ratos que tiveram 75% do fígado retirado, houve regeneração completa em um mês. Porém em processos de lesão contínua seguida de regeneração ocorre aumento do conjuntivo, levando à cirrose.
Vesícula biliar: É um órgão oco em forma de pêra constituído por uma mucosa com epitélio prismático simples, uma camada de músculo liso envolta por tecido conjuntivo perimuscular, tudo recoberto por uma membrana serosa.
2- Glândulas da pele
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Representação Esquemática |
Glândulas sudoríparas: são glândulas tubulosas, simples e enoveladas, encontradas em todo corpo com exceção da glande e lábio. As células secretoras são envoltas por células mioepiteliais, que auxiliam a expulsão da secreção.
O suor tem a consistência de um líquido bastante fluido, com pouquíssima quantidade de proteínas, sódio, potássio, cloretos, uréia, amônia e ácido úrico. As células secretoras são, em geral, merócrinas, mas nas axilas e ânus são apócrinas.
O vídeo abaixo mostra a pele em aumentos crescentes:
3- Glândulas lacrimais
As glândulas lacrimais são do tipo túbulo-alveolar compostas com 8 a 10 canais secretores. Estas glândulas são compostas por células serosas que contêm no seu ápice grânulos de secreção. Localizadas na parte anterior e lateral do teto da órbita ocular.
A glândula lacrimal está alojada na fossa da glândula lacrimal, no osso frontal, recebendo inervação simpática e parassimpática do SNA. Sua porção secretora é envolta por células mioepiteliais, responsáveis pela produção da lágrima, que possui a mesma concentração de cloreto de sódio do sangue e tem a função de lubrificação e limpeza do globo ocular.
A lágrima é um fluído pobre em proteínas e contém apenas uma enzima, a lisozima, responsável por digerir a cápsula das células bacterianas.
4- Glândulas mamárias
As glândulas mamárias são exócrinas e sua função primordial é a produção de leite para nutrir o recém-nascido. Estas estruturas são exclusivas dos mamíferos, e possuem uma estrutura de ramificação mais complexa do que a das demais glândulas da pele. As glândulas mamárias são formadas por um sistema de ductos rodeados por tecido glandular, que produz o leite. Esta produção é influenciada por vários hormônios, entre eles a prolactina. A forma das glândulas varia conforme a espécie de mamífero.
Ambos os sexos as possuem, embora nos machos, seu desenvolvimento cesse antes mesmo da puberdade. Elas apresentam diversas características básicas em comum com as glândulas apócrinas e sebáceas.
A evolução das glândulas mamárias pode ter ocorrido com a formação de um novo tipo de glândula da pele.
Referências e links:
1- DIGESTIVE SYSTEM II
2- Histologia Medicina UFC – Tecido espitelial glandular
3- INFOESCOLA. Glândula Lacrimal.
4- INSTRUTORIA DE PELE
5- JUNQUEIRA, L.C.U. ; CARNEIRO J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.
6- KELLOGG
7- MENDES, Maximiliano. SISTEMA DIGESTÓRIO, agosto 26, 2007.
8- PLAZZI, Otávio. Tecido epitelial (aula 3)
9- SIUMED
10- TECHNION
11- UCSF
12- UWA
13- VANDERBILT
14- WIKIPEDIA – Glândulas Mamárias
Olá,alguem sabe de um site em que tenha esquemas do assunto de histologia?? fico grato obrigado
ResponderExcluirOlá,
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Achei o video da pele irado!
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