Uma formação qualificada de Biólogos depende, em grande medida, de atividades práticas de campo, especialmente quando são gerados artigos científicos. A vivência de um ambiente natural foi desafiada através da prática de levantamento entomológico e botânico em quatro microambientes do Sítio Franck localizado em Bento Gonçalves, nas coordenadas 29º 09’ 26.38’’S e 51º 28’ 18.05’’ W.
Esta é uma região de clima subtropical úmido. Por tratar-se de um sítio, a intervenção humana afeta a biodiversidade da flora e fauna, criando microambientes bastante diversificados.
Na imagem do Google Erth (2007) abaixo, foram destacadas as quatro subáreas em que foram realizados levantamentos da entomofauna e da flora por diferentes equipes, utilizando-se a técnica de quadrantes. Observe que na imagem, quatro quadros delimitam as seguintes subáreas: 1-pomar; 2-agrícola; 3-borda da mata e 4-mata, enquanto as setas indicam as habitações humanas.
Em todas as subáreas foram delimitados 3 quadrantes de 10 X 10 metros, nos quais foram coletados e avaliados a flora e a entomofauna. Para coleta e identificação de insetos, todas as equipes utilizaram um guarda-chuva entomológico para coleta direta, mas utilizaram técnicas diferenciadas para coleta indireta, em função das características próprias de cada microambiente. Os dados obtidos foram analisados e estão disponibilizados nos quatro artigos linkados abaixo.
1- POMAR
Nesse microambiente o levantamento da flora foi feito visualmente e através de coleta de exemplares para uma posterior confirmação com as chaves de classificação.
Constatou-se que as espécies mais frequentes foram Citrus sp., Eugenia uniflora (pitangueira) e Allophylus edulis (chal-chal).
O levantamento da entomofauna foi realizado de forma direta, com guarda-chuva entomológico, e indireta, com utilização de oito armadilhas adesivas na cor amarela, instaladas aleatoriamente nas plantas a uma altura de 1,6 m. A ordem Diptera foi a mais representativa em relação ao número de exemplares coletados, seguida das ordens Hymenoptera, Hemiptera e Neuroptera.
2- AGRÍCOLA
Nessa subárea, para o levantamento da entomofauna utilizaram-se armadilhas de solo, método indireto de coleta, além do “guarda-chuva” entomológico como método direto, numa pequena área de capão.
O levantamento botânico constituiu na identificação e quantificação das espécies de árvores que se encontravam nesse pequeno capão, sendo ainda coletadas e identificadas amostras de ervas daninhas das áreas agricultáveis, para posterior controle.
3- Borda da Mata.
Na borda da mata, para os levantamentos da entomofauna utilizou-se coleta direta e indireta com “guarda-chuva” entomológico e armadilhas adesivas de cor amarela e azul.
O levantamento de flora envolveu a identificação de espécies através de material reprodutivo (frutos e flores), quando presentes, e material vegetativo (ramos com folhas), que foram coletados e posteriormente analisados e classificados.
4- MATA
Essa subárea apresenta uma mata do tipo secundária, nela foram amostrados todos os indivíduos da flora com DAP maior ou igual a 2cm. Em cada parcela foram coletadas amostras de plantas e insetos, para posterior identificação e descrição da área.
A análise resultou em 97 indivíduos pertencentes a 16 espécies de 8 famílias botânicas e 417 espécimes de insetos pertencentes a 9 ordens entomológicas. As duas famílias botânicas com maior riqueza de espécies arbóreas foram Myrtaceae e Sapindaceae.
Os professores que orientaram esta atividade da disciplina foram:
Alexandre Mesquita; Gladis Franck da Cunha; Liane T. Dorneles e Wilson S. Azevedo Filho.
Mais imagens do local podem ser visualizadas no album: Sítio Franck
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