por Gladis Franck da Cunha
Partimos de Porto Alegre no dia 15 de fevereiro na hora exata marcada na passagem. Fizemos um vôo tranqüilo até São Paulo, mas nosso piloto desviou de um temporal e fez um tempo de espera em Santos antes de pousar, mas mesmo assim chegamos na hora.
Em Guarulhos foi uma correria, pois tínhamos que passar pela Polícia Federal e a nossa conexão seria em menos de uma hora. Sugeriram-nos declarar os bens, ou seja, o micro do Isaías, antes de embarcar, mas quem disse que deu tempo! Quando nos demos conta já estávamos na área internacional, porém, nosso vôo para Frankfurt não tinha previsão de saída e isso complicou tudo porque essa é uma das portas de acesso à Europa e a maioria dos passageiros tinha conexão para outras cidades.
Em Guarulhos, fomos informados que algum equipamento da aeronave estava sendo revisado e que os passageiros que embarcariam no vôo das 22:40 deveriam aguardar até a meia-noite para saberem se esse vôo sairia mesmo nesse dia ou ficaria para o dia seguinte. Pouco depois da meia-noite fomos chamados para o embarque e nem tivemos tempo de ligar e avisar ninguém. Decolamos aproximadamente a uma da manha e fizemos um vôo tranqüilo, quase sem turbulência, mas ao aproximarmos para o pouso, tivemos nossa primeira decepção ao verificar que a paisagem estava verde e não branca como se espera ver no inverno europeu. Porém nesse momento esse não era um tema sobre o qual pudéssemos refletir, pois tínhamos um trem para pegar.
De acordo com a programação original, nossa conexão para Colônia seria em um trem que partiria com um intervalo de três horas do pouso. Assim teríamos tempo de pegar as malas passar pela alfândega e trocar as passagens na Lufthansa, com tranqüilidade, mas como o avião atrasou três horas a nossa conexão, assim como a de todos foi para o espaço! Na saída do avião havia um português da TAM esclarecendo dúvidas sobre a remarcação das conexões, mas ele não sabia nada sobre o trem para Köln.
Antes de chegarmos ao português da TAM, passamos por policiais alemães e apresentamos nossos passaportes. Por essa primeira ‘ blitz’ o Isaías passou fácil, mas o meu passaporte eles analisaram mais devagar, acho que eles estavam investigando se alguma terrorista baixinha estava tentando entrar na Europa para atrapalhar o encontro do G7.
Sem recebermos muitas orientações fomos retirar a bagagem num mundo escrito em alemão com um pouquinho de inglês. Perguntando aqui e ali no nosso inglês pouco articulado, fomos indo em direção a policia alfandegária. No guichê muito rapidamente e sem perguntas tivemos nossos passaportes carimbados. Portas abertas, nós pegamos as malas e fomos à busca do tal trem para Köln. Isso foi tão complicado que, quando finalmente conseguimos as tais passagens quase chorei, pois havíamos ido tanto de um lado para outro, seguindo informações que não entendíamos completamente, num aeroporto enorme, até encontrar o local em que trocaríamos o bilhete da TAM por uma passagem de trem que nem sabíamos de que plataforma partiria.
Encontrada a plataforma de partida, ainda precisei comprar um suco muito caro para trocar uma nota de €20,- e conseguir moedas para telefonar a fim de avisar minha cunhada que não chegaríamos no horário previsto e ela não deveria nos esperar pois iríamos de táxi, já que meu irmão estava na Polônia e o meu sobrinho estava com um pouco de febre.
Ao chegarmos à estação central de Köln fomos diretamente à busca de um táxi. Por sorte, tomamos um cuja motorista táxi era bem falante e muito comunicativa e sabia falar um inglês precário como o nosso. Também foi ótimo eu ter o endereço escrito, pois minha tentativa de pronunciar o endereço em alemão foi totalmente ininteligível para ela. De táxi, em menos de 20 minutos chegamos em ‘casa’ para sermos recebidos alegremente por minha cunhada que ficou aliviada por chegarmos a salvo e pelo meu sobrinho de um ano e quatro meses que ficou alegre porque é muito querido. Como bem dizia a Angélica, ‘ de Táxi’ é a maneira mais rápida de se chegar ao destino. Depois de um banho e um café fomos cedo para cama, deitados e acomodados comentamos: nós atravessamos o Atlântico e conseguimos chegar isso é incrível!
Algumas conclusões prévias sobre a Europa:
1) em homenagem a todos estes eventos na chegada, decidimos usar a expressão ‘como Frankfurt’ quando quisermos dizer que algo é muito trabalhoso e complexo.
2) As moedas são um bem inestimável na Alemanha, pois há uma grande automação dos serviços e muitas máquinas somente aceitam moedas como é o caso das usadas para compra de passagens dos trens urbanos, utilização de banheiros públicos, etc.
3) É mais fácil entender um alemão perguntando em inglês, pois a maioria consegue falar um pouco e se esforça para ser compreensível nessa língua.
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