03 novembro, 2007

Vivências de uma estudante de piano

por
23ª audicao de piano 03/10/2009
Um acontecimento bastante bizarro é o adulto começar a aprender piano. Por ser uma atividade tracicionalmente relegada ao mundo infantil, os adultos se tornam "moscas brancas" aprendendo piano, quando se defrontam com o nervosismo das apresentações em meio aos pequenos, partilhando das suas mesmas aflições.

Eu comecei a estudar piano há pouco tempo, menos de quatro anos. No início parti de uma curiosidade de educadora, que queria investigar a didática utilizada por Alice Botelho no volume I do “Meu piano é divertido”. Meu marido iniciara seus estudos formais, exercitando-se num pequeno teclado, mas quando compramos nosso piano eu comecei a estudar por conta em casa, utilizando o volume I de Alice Botelho, que ele já estava concluindo.

Fui avançando aos poucos, sem pressa ou regularidade, com a perspectiva de após a aposentadoria me dedicar formalmente a estudar piano. Assim quando estava muito ocupada no meu trabalho ficava uma ou mais semanas sem sentar ao piano.
Ao final de um ano eu já tocava uma peça a quatro mãos com o Isaías e, numa apresentação organizada pela sua professora, tocamos. Neste dia descobri que os dedos das mãos passam por três fases, quando nos apresentamos em público: primeiro congelam, depois suam nas pontas e finalmente tremem e tremem. Após a apresentação a professora salientou que eu deveria ligar mais as notas e sugeriu alguns exercícios. Após seis meses participei de outra apresentação destas e recebi, da professora, a mesma crítica de não estar ligando as notas.

Então decidi me matricular e estudar formalmente, pois como ainda faltam muitos anos para a aposentadoria eu certamente me encheria de vícios, difíceis de corrigir. Iniciei as aulas em agosto de 2005, completando o nível “Iniciação” em seis meses. De março a dezembro de 2006 completei o “Preparatório”, estudando o volume II do “Meu Piano é Divertido” e o Método Rosa, que eu adorei estudar. Em março de 2007 iniciei o primeiro ano. Já posso testemunhar a importância do estudo formal, pois meu desenvolvimento técnico tornou-se muito maior e o avanço mais rápido.

Uma professora, além de identificar os exercícios mais necessários a cada estudante, nos coloca uma disciplina de estudo. Atualmente, mesmo quando estou assoberbada, algum estudo me obrigo a fazer e, pelo menos, duas horas de estudo acontecem, além de uma aula de 60 min por semana. Seguindo o ritmo atual, sem apressamentos, quando me aposentar poderei freqüentar as “master classes”, já que, conforme a legislação atual, ainda me faltariam mais de 15 anos e à medida que os anos de piano avançam vão se tornando mais difíceis e provavelmente precisarei de mais tempo para cumprir os requisitos a partir do terceiro ano de piano.

Qual a importância de estudar piano?
Meu trabalho é uma delícia, sou educadora, e o estudo de piano está me dando uma perspectiva do que significa aprender coisas novas, o esforço necessário, o medo e nervosismo nas apresentações, que são situações e sensações que meus educandos também vivenciam.

A experiência de começar algo novo, que necessite de novas estruturas físicas e mentais, fornece aos educadores uma maior compreensão dos processos de aprendizagens. Aprender um instrumento musical ou aprender a dançar são caminhos lúdicos que podem nos capacitar a identificar ou lidar com maior eficiência com as necessidades de nossos educandos, porque, como diria Violeta Parra, nos fazem voltar no tempo e a sermos frágeis como um segundo, nos fazem sentir profundamente como uma criança diante de Deus e tornam nosso tempo fecundo.

Bem, em relação à minha proposição inicial, pude concluir que, de fato, Alice Botelho desenvolveu uma metodologia excelente para quem quer iniciar os estudos de piano, pois mesmo sozinha eu praticamente concluí o volume I. Além disso, descobri que o estudo formal é essencial para o desenvolvimento técnico, pois os autodidatas se enchem de vícios difíceis de corrigir. Assim quanto antes uma pessoa iniciar seus estudos formais, mais corretamente vai avançar. Também sou uma prova viva de que é possível começar a aprender piano depois dos quarenta anos, desde que respeitemos nosso ritmo pessoal e não tenhamos pressa. Com calma vamos conseguindo fazer coisas que nos pareciam impossíveis e sempre que estudamos percebemos que a música vai preenchendo espaços na nossa alma.

palavras-chave: piano para adultos, piano, estudo formal, Alice Botelho, método rosa, iniciação, piano divertido

Ilustrações:
1- Gladis e Isaías executando a Bacarola de J.Offenbach para piano a quatro mãos, durante a 23ª audição de Piano (03/10/2009)
2- Brahms ao Piano fonte: Semibreve
Publicado em: 03/10/2007

24 comentários:

  1. Olá Glasdys adorei ler teu depoimento sobre o estudo de piano na fase adulta.
    Eu sempre gostei do piano, mas nunca tive a oportunidade de poder aprender, agora aos meus 31 anos me descidi e vou me iniciar, todo mundo desacredita que seja capaz porque irei a perder a vontade de aprender que é muito dificil, bla bla bla....ler teu depoimento me deu mais vontade, e é verdade deve ser uma experiencia maravilhosa aprender algo novo com nivel de dificuldade fisico e mental, motora etc...pra mim é um prazer mas tambem um desafio e conseguir isto sera uma grata realização.

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  2. Olá Yolanda
    Fico feliz de ter aumentado a tua vontade de aprender a tocar piano.
    Comecei ainda mais tarde aos 46 anos. Há dificuldades típicas dos adultos de já quererem fazer tudo certo de saída. Quando nos conscientizamos de que podemos começar como iniciantes e não temos obrigação de saber tudo acabamos tendo vantagens em relação às crianças porque temos mais paciência do que elas.
    Minha professora gosta do meu estilo ela diz que eu vou indo devagar e acabo chegando aonde preciso no temo certo. Segundo ela alguns dos pequenos querem logo avançar e não conseguem diminuir a velocidade quando precisam retomar um exercício ou uma peça para corrigir algum defeito ou para acrescentar o pedal.
    As dificuldades são gradativas e posso garantir que passado algum tempo te impressionarás de conseguir fazer certas coisas. É uma bela construção esse aprendizado e a música se torna uma agradável companheira.
    Não desista desse sonho, pois vale muito a pena. Nossa examinadora que vem de Porto Alegre disse que há cerca de cinco anos uma senhora de setenta anos começou a estudar e está amando e aprendendo- como vês tu és ainda uma garotinha perto de nós duas.
    Acredita porque será mesmo uma grata realização!

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  3. Anônimo3/8/09

    Olá, estou começando em 2009 aos 49 anos. Será que dá? Não me aposentei mas "preciso" fazer algo diferente. Vamos ver...

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  4. Olá anônimo,
    òtima pedida! 49 anos é perfeito!
    Quem espera se aposentar para depois começar a fazer coisas dificilmente consegue. Estás fazendo a coisa certa. A música é uma companhia maravilhosa. O grande mistério é sabermos conviver com os erros e termos paciência. Tem vezes que parece que não rendemos, mas depois de um tempo olhamos para trás e vemos o quanto evoluímos. Te desejo a perseverança necessária o resto virá por acréscimo.

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  5. Anônimo29/9/09

    Olá! Tenho 43 anos e tenho muita vontade de aprender tocar teclado ou quem sabe mesmo o bom e velho piano. O problemas é que não tenho noção nenhuma de escala musical. Conheço as notas por nome: Dó Ré ....Si, mas não sei os tons delas.me emocionei com seu depoimento e enchi os olhos de lagrimas ao ver que possível atingir parte ou senão todos os nossos quando alguém acredita e nos apoia.Vendo este depoimento ,o que parecia uma frustração para mim, agora parece uma luz no final do tunel. Vou procurar uma boa escola especializada no aprendizado para adultos (Se é que existe) ou então aprender com algum conhwecido disposto a me ensinar o básico!!!Parabéns pela perseverança!!! (flagill@ig.com.br)

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  6. Não existe ensino de piano específico para adultos, o único aprendizado diferenciado é para a primeira faixa etária que vai até os 4 anos de idade. No mais, todos somos iguais perante as teclas brancas e pretas. Certamente você terá sorte e muito retorno prazeroso nesta nova empreitada.

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  7. Além de prazeroso, se aprende muito sobre o aprender quando fazemos algo totalmente novo. Com estas vivências pessoais passamos a respeitar mais aqueles que se esforçam.
    A perseverência vai me levar a uma nova audição. Será a quinta na minha carreira de estudante que já está chegando ao final do segundo ano.
    As grandes conquistas necessitam de persistência e os frutos que se colhem plenificam a alma.

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  8. Anônimo2/1/10

    Olá a todos, me emocionei muito com o depoimento, confesso que sempre gostei de música, mas por diversas razões como financeira, tempo etc, nunca pude concretizar esse meu sonho. Hoje com 36 anos vejo que chegou a hora de começar essa nova empreitada.Não tenho a pretensão de me tornar um músico profissional, pois sou muito feliz com minha atual profissão, e como, demorarei muito para me aposentar decidi que agora em 2010 realizarei meu sonho. O motivo de eu aprender piano é que, num mundo tão agitado como em que vivemos eu percebi que precisava de uma "fuga" para uma outra dimensão, fuga essa creio eu que encontrarei na música. Confesso que em momento algum passou pela minha cabeça essa tal limitação em relação a idade em que vi aqui no Blog, tomei conhecimento desse medo coletivo lendo em diversos sites e comentários em que ví várias pessoas reclamando da idade avançada, eu particularmente acho isso uma besteira. Nunca é tarde demais para iniciarmos as coisas que fazemos com amor, e se, alguém "palpitar" sobre sua decisão, seja o mais breve possível e diga: É você quem está pagando? pois se eu fosse criança, com certeza seriam meus pais que estariam arcando com as despesas do curso, então deveria ouvir palpites e ficar calado, mas como já sou adulto e serei o responsável pelos custos não devo ouvir bobagens e diga á pessoa: É o preço que estou pagando pelo meu bem estar e alegria interior, porque você não faz o mesmo? Obrigado a todos e em breve espero postar um comentário aqui expressando todo meu contentamento e satisfação nessa nova fase de minha vida.

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  9. Olá anônimo!
    Fico feliz de saber o quanto este e-mail tem estimulado pessoas a ir em frente e começar a estudar música.
    A arte é que dá regalo à vida e a música preenche a alma de alegrias. Hoje já estou estudando para fazer o exame do segundo ano final e cada vez estou mais satisfeita com a decisão de ter começado a estudar.
    Não consegui me preparar para o exame no final de 2009, pois estive assoberbada de trabalho, sem tempo para estudar, mas agora nas férias pretendo botar tudo em dia para fazer o exame no início de março.
    O legal de ser adulto é que fazemos como dá e não temos pressa de cumprir um cronograma.
    Começar aos 36 é começar bem cedo em relação a mim, então aproveite, pois estás com as opiniões certas, não se pode ficar ouvindo palpites e o que posso garantir é que entre os alunos adultos há uma grande cumplicidade e respeito. Bem-vindo ao clube.

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  10. Olá gladis,parabéns por ter tido a coragem de começar e continuar.Estou nesta mesma condição.Tenho 64 anos mas não pretendo desistir . Comecei a me familiarizar com o piano ainda criança, mas quando mudamos para Brasília em 1960 encontrei dificuldades para conseguir um professor.Casei muito cedo ,tive quatro filhos,fiquei viúva e escolhi cuidar deles.Mas na realidade nunca desisti do meu sonho de tocar,pois procurava estudar sozinha.Ano passado consegui uma ótima professora e estou me desenvolvendo bastante.Estou tocando músicas do 5º ano fundamental.Pretendo terminar meu curso e ainda passar muitos momentos louvando a Deus.

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  11. Verinha,
    Que alegria saber da tua história tão linda!
    Já estás bem mais adiantada do que eu, que recem comecei o 3 ano.
    Muito obrigada por este comentário tão encorajador para as pessoas.
    Parabéns e continue firme.

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  12. Gladis, obrigada pelo carinho de ter respondido meu comentário. Aproveito para pedir para que você leia o meu blog. www.verinhavenancio.wordpress.com
    Um abraço.

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  13. Anônimo24/11/10

    Adorei ler todos esses depoimentos. Tenho 39 anos e estou terminando o primeiro ano. Näo quero ser uma pianista famosa e de renome, apenas tocar para amigos e familiares para que todos possamos encantar a vida juntos. Ainda erro muito, me confundo, às vezes até desanimo...mas a persistência e a vontade de aprender säo maiores. Sucesso a todos e que bom um blog que aborda o ensino de piano para adultos, coisa rara de se ver na internet.

    Paula
    psiubrazil@hotmail.com

    ...e por falta de familiariadade com blogs, seleciono meu perfil como "anônimo" rs

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  14. Paula, bem-vinda ao mundo dos estudantes normais, aqueles que persistem mesmo sem terem talentos especiais, pois estes tem o erro como seu companheiro de todas as horas.
    Contudo, é gratificante e uma dádiva poder tocar num instrumento tão complexo e difícil.

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  15. Anônimo4/1/11

    Fiquei muito feliz de ler seu artigo.
    Eu estou tentando me decidir por um instrumento e eu texto foi muito motivador.
    Abraços.

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  16. Gladis, tenho 37 anos e quero começar a estudar piano. Seu texto me animou bastante e vou lê-lo sempre porque, realmente, pra gente que trabalha 8, 10 horas por dia, a perseverança é fator ainda mais fundamental. Ainda não sei em qual hora vou encaixar o piano na minha rotina, mas quero muito isso e tenho certeza que vou conseguir. Tenho uma pergunta: quando você fala de "estudo formal" do piano, você se refere ao piano erudito? Fico pensando se,para evoluir melhor no estudo do piano popular, é legal começar pelo erudito. Ou será que isso é muito ultrapassado. Ou ainda, se para o meu objetivo, que é aprender a tocar bonito para o meu próprio deleite, da minha família e amigos, já posso começar direto no popular? O que você acha? Já conversou isso com seus professores e colegas? Há professores que mesclam essas duas linhas? Desculpe pela quantidade de perguntas, é que quero começar com o pé direito. :)) Obrigada pela ajuda, Jaciara

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  17. Jaciara,
    Parabéns pela decisão de estudar música!

    O estudo formal com leitura de partituras está longe ficar ultrapassado.

    Aprender a ler partituras é tão libertador quanto aprender a ler a linguagem escrita.

    A música popular para piano é tecnicamente difícil, são os alunos mais adiantados que costumam apresentá-las nas audições.

    Há bons livros com peças facilitadas: Meu piano é divertido I e II que são bons para começar. Além disso há um livro de Curso de Piano do Mário Mascarenhas com várias peças, das mais simples às mais complexas.

    A importância do estudo orientado é que o professor vai auxiliando a escolha das peças adequadas ao desenvolvimento de cada aluno.

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  18. Gladis, adorei seu texto, e estou com uma dúvida que - sem querer ser chata - precisaria de uma resposta urgente, já que estou em vias de cancelar minha matrícula em um conservatório.

    Comecei a estudar piano em novembro de 2010 e tive aulas com uma professora que usou comigo os livros leila fletcher volume 1 e 2, além do "F. Beyer Escola preparatória do piano" e da 'técnica dos 5 dedos'.

    Porém, em julho de 2011 tive um problema no punho direito e por recomendação médica eu deveria me afastar do piano por 1 ano.

    Então, em julho de 2012 (há 1 mês), decidi, em vez de voltar às aulas com minha antiga professora, me matricular em um conservatório. Os livros usados são L. fletcher 1 e 2 e "meu piano é divertido 2". Ela não usa o "F.Beyer". Ela disse que em 1 mês vai passar todas as lições desses livros e vai passar às peças. Estou um pouco confusa achando que ela está correndo demais e tb não estou contente com algumas coisas que acontecem no conservatório em si.

    Então, ontem conversei com outro professor de piano de outra escola de musica livre, que me disse que estudar nesses livro que ele chamou de infantil eu serei motivo de chacota, além de ficar mecanizada no piano, e jamais conseguir tocar sem ler partituras. A proposta que ele tem é a de que eu já comece na primeira aula a compor minhas próprias musiquinhas (como as do início do leila fletcher e piano divertido) para eu ir treinando o ouvido. Também já vai iniciar com peças eruditas, as mais fáceis. Disse ainda que vai marcar bem o tempo no metrônomo e que vou aprender a ler as partituras com as duas mãos juntas e sempre começando pela clave de Fá ("de baixo para cima").

    Minha dúvida basicamente é a seguinte: Será que com esses métodos ficarei mecanizada? Será que esses livros não são realmente os mais indicados? O raciocínio dele está correto?

    Às vezes acho que o melhor seria voltar para a primeira professora, que além de usar os livrinhos "infantis" usa o Beyer.

    Tb achei estranho que nenhum deles mencionou hanon, embora eu vi que está no programa do conservatório!!

    Me ajuda, please :-)

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  19. Renata,
    Eu estudei com o meu piano é divertido e acho um ótimo método. Ele é utilizado por professores ligados ao Instituto Verde que é bastante conceituado. Depois do Piano é Divertido II tem na mesma técnica o Divirta-se Tocando. Além deles, usei o método rosa. Em todos estes métodos sempre toquei com as duas mãos juntas.

    Hanon comecei depois já no segundo ano e no terceiro iniciei o Bertini.

    Acho que poderás ficar limitada se não utilizares estes métodos clássicos. Minha professora usa o método semelhante ao da sua primeira professora, mas não usamos o Beyer e sim outros métodos semelhantes. Nenhum deles mecaniza ninguém, apenas desenvolvem habilidades técnicas e leitura musical.

    Além dos livros técnicos nós também sempre tivemos um pequeno repertório de peças que estudávamos concomitantemente. No começo são versões facilitadas e posteriormente começam as versões originais. Estou no programa do terceiro ano e as peças são todas originais, pois os autores também produziram peças mais fáceis. Por exemplo, estou estudando peças do Pequeno Livro de Anna Madalena Bach, composta por J. S. Bach, este livro é considerado de exercícios como ocorreu com o Piano é Divertido II quando eu estava no preparatório. Ou seja, tudo a seu tempo.

    Por falar em tempo, alguns colegas passaram "voando" pelos exercícios que eu demoro um tempão para conseguir tocar. Cada um de nós tem seu próprio tempo, por isso as aulas são individuais, a fim de respeitar o ritmo de cada um.

    Quando se começa a estudar mais adulta acho que o fundamental é ter uma relação de afinidade e confiança com a pessoa que vai nos ensinar. O interessante dos conservatórios é que eles fazem exames e nos dão uma melhor noção do nosso progresso. Estes exames não são fixos, mas cada aluno se submete a eles quando atingiu os conteúdos referentes a cada etapa. Em julho fui aprovada nos conteúdos do terceiro ano parcial, agora iniciei o estudo dos exercícios e peças do terceiro ano final, que certamente não vencerei em 6 meses. Já um colega a cada 6 meses consegui prestar exame para os conteúdos de um ano inteiro.

    Meu conselho é que escolhas um método tradicional onde sejam realizados exames, respeitando o ritmo de cada aluno.
    bjs

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  20. Gladis, sua explicação foi perfeita, excelente e de acordo com meus pensamentos, já que não gostei de ouvir daquele professor que eu seria motivo de chacota por usar "Meu piano é divertido" e "Leila Fletcher".

    Eu gosto do método tradicional, o qual o referido professor disse que não era tradicional (??) e sim o "mais fácil para quem ensina". Definitivamente estranho...

    Acho que vou votar a estudar com a primeira professora, pois o conservatório, a pesar de ser "um conservatório" está deixando a desejar em muitos aspectos.

    Mais uma vez obrigada pelas dicas.

    "Já virei seguidora e fã de seu blog"

    Abç
    Renata

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  21. Anônimo27/3/14

    Olá, adorei o seu texto e resolvi então deixar meu depoimento aqui e minha força... comecei a estudar piano com vinte anos de idade, larguei um curso de adm de empresas que odiava e me lancei atrás do meu sonho musical, inicialmente sem muitas esperanças, mas com muita vontade... era considerado já tarde o piano para mim com vinte anos! Bem, eu prossegui, em alguns momentos passei por percalços e parei um tempo, cheguei a ficar anos em prof mas não parei de tocar... hj estou fazendo bacharelado em piano em uma universidade federal... estou com trinta e cinco anos e continuo estudando e estudando... agora já há algum tempo dou aulas de piano tb, inclusive e principalmente para alunos adultos e os incentivo muito, uso a minha trajetória como uma forma de incentiva-los a buscar os seus sonhos... a mostrar para eles que nada nesse mundo é impossível... que afirmarem que não podem é tolo preconceito e mais nada...Ainda há muito a apreender e a crescer e o caminho é longo, mas não desisto... meu sonho é tocar em uma grande orquestra, conseguir fazer minha carreira musical ainda que não tão jovem não só como professora de piano mas como concertista tb... e os maiores obstáculos posso garantir, não são as dificuldades que todos colocam como insuperáveis para um adulto, ou para alguém que começou a estudar piano já não sendo uma criança, mas pasmem, as maiores dificuldades eu enfrento é no preconceito do meio, nos concursos de piano que só dão oportunidades para pianistas com limites bastante restritos de idade ( no máximo para os pianistas mais avançados o limite de idade de 25 anos ). Quem se aventura a buscar uma carreira como pianista sem ser mais uma criança encontra esses e muitos outros empecilhos, o que de maneira nenhuma me faz pensar em parar ou desistir... Um grande abraço, fica aqui o meu incentivo anônimo para todos... o mundo está em fase de revoluções, de ideias pensamentos e vida... façamos então a nossa própria revolução pessoal...

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    Respostas
    1. Puxa vida! que belo relato!
      Se mais adultos conseguirem iniciar ou permanecer tocando, provavelmente, o preconceito acabe. Em geral, os adultos são vistos como pessoas que pararão de tocar, talvez este seja o motivo dos concursos serem destinados apenas aos mais jovens.
      Mas os editais podem ser questionados, uma vez que no Brasil foi proibida a limitação de idade em qualquer tipo de concurso público, como ocorria nas décadas de 1980 e 1990.

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    2. Anônimo24/7/16

      Bastante emocionante os relatos. Sou Cristina. Meus olhos ficaram manejados. Meu plano está desde dezembro/2015, em silencio. Não retomei meu curso em janeiro/2016, por questões financeiras, atreladas a minha grande dificuldade em aprender. Sou fã de Ludovico Einaudi e sonho tocar as suas musicas.

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    3. Olá, faça um esforço para manter em dia as lições aprendidas até que possas voltar a estudar. Não deixe o piano em silêncio. Dificuldades em aprender é a regra, aprender facilmente é a exceção. Posso garantir que com o tempo as coisas melhoram. Diz nossa professora que para estudar são precisos 3 Ps: Piano, Paciência e Persistência.

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