Um fenômeno natural que pode passar desapercebido, se não houver o questionamento necessário: o ângulo de 23 graus do eixo de inclinação da terra torna possível a passagem das estações do ano
O fenômeno da recorrência das estações do ano têm intrigado gerações de curiosos acerca de coisas que vão além do cotidiano. Infelizmente pouca gente sabe como se dão e como é explicável cientificamente o maravilhoso equilíbrio geotérmico da terra, onde simultaneamente temos inverno num hemisfério e verão no outro.
A interessante estória que nos foi passada a respeito das inquietações de um aluno e a falta de informações da professora que dessem conta das perguntas, torna claro a fragilidade do processo formativo de professores e a falta de interesse que esses profissionais manifestam na busca do conhecimento. A explicação dada, relacionando as estações ao distanciamento da terra em relação ao sol está em parte certa, em parte errada e totalmente insatisfatória.
É certa quando admitimos que a única maneira de resfriar ou esquentar uma determinada região do planeta é aumentando ou diminuindo a incidência de raios solares, ou seja; alterando seu distanciamento em relação ao sol, já que a característica principal de um planeta é não possuir fonte própria de energia. É sabido que o simples distanciamento ocasionaria maior temperatura ou menor em TODA a terra e somente num hemisfério, enquanto o outro estaria sob o frio do inverno.
Toda esta questão somente pode ser resolvida encarando-se as coisas sob o ponto de vista geométrico. A terra orbita ao redor do sol num caminho que se chama translação e pegando-se esta trajetória, podemos imaginar um plano, o plano de órbita. Pois bem, o ângulo que ela mantém em relação a este plano de órbita é de 23,5 graus, que se mantém inalterado durante seu giro ao redor do sol.
Graças a esta inclinação, torna-se possível que uma parte da terra esteja recebendo maior incidência de raios solares, enquanto a outra recebe bem menos.
Empiricamente isto pode ser comprovado no momento em que observamos que o “caminho” do sol altera-se durante o docorrer do ano, estando mais ao norte no inverno e, no verâo ele se posiciona em cima das nossas cabeças.
Equinócio
No seu movimento de translação ao redor do sol, há dois momentos no ano em que o ângulo de inclinação da terra em relação ao sol é zero, entre os meses de março/abril e setembro/outubro. Durante os os meses antecedentes e precedentes aos equinócios, nos dois hemisférios há a predominância de climas temperados representados pelas estações outono e primavera nos hemisférios opostos.
Equinócio tem sua raíz do latim, que significa igualdade, ou seja, neste dia a duração do dia e da noite são exatamente iguais: 12 horas.
Nosso equinócio de outono acontece dia 21 de março e o de primavera no dia 21 de setembro.
Solstício
Solstício vem do latim, significa “sol que permanece parado”. Ou seja, na sua incursão pelo céu, o sol, em dois momentos do ano durante o seu afastamento ou aproximação, “para” a sua trajetória e retorna para o caminho anterior. Um exemplo bem próximo de nós pode ser observado neste mês de junho. Temos observado o sol se afastando cada vez mais para o norte desde o mês de maio. No entanto, no dia 21 de junho haverá o nosso solstício de inverno, quando o sol chegará ao fim do seu caminho rumo ao norte, parará durante um dia, e recomeçará a se aproximar de nós. Simultaneamente ao nosso solstício de inverno estará acontecendo o solstício de verão no hemisfério norte.
O solstício de verão, no hemisfério sul, ocorre no dia 21 de dezembro. Neste dia há o maior dia do ano, assim como, no hemisfério norte este é o solstício de inverno, onde ocorre o menor dia do ano.
A mitologia do equinócio primaveril
A entrada da primavera foi celebrada desde o começo da história. Ela marca o fim do inverno quando a terra dorme e inicia o tempo de primavera quando tudo parece renascer. A primavera chega quando o sol está incidindo diretamente sobre o equador. No norte do planeta, o primeiro dia da primavera é aproximadamente 21 de março. Este é o dia do equinócio primaveril. Equinócio significa noite igual. Noite e dia têm a mesma duração, cada um durando exatamente 12 horas neste dia. Antigamente, antes da celebração da páscoa, as pessoas relacionavam a primavera com o retorno da vida a terra. O retorno da primavera nos tempos antigos tinha mais significado do que atualmente, onde ninguém mais se preocupa com o fim das reservas de provisões de comida armazenadas para o inverno e nem se preocupam tanto em se manterem quentes graças à tecnologia moderna da calefação.
Os povos antigos acreditavam que cada estação era governada por uma certa divindade. Havia uma deusa chamado Eostre, a deusa da primavera, que era adorada em áreas do norte e no centro da Europa. Acredita-se que seu nome tenha dado origem à palavra que determina a direção do nascer do sol - Leste. Nestas regiões, festivais em agradecimento a Eostre eram feitos, onde eram oferecidos a deusa bolos semelhantes a bagas de pães.
Os gregos antigos criaram uma estória para explicar a mudaça das estações. Demeter era a deusa da terra e da agricultra e Persehone, sua linda filha. Um dia a terra foi rasgada e Hades, o rei do mundo subterrâneo, sequestrou Persehphone para torná-la sua noiva. Deemeter ficou tão triste diante do desaparecimento que parou todo seu trabalho e todas as plantas da terra morreram. Ela então descobriu o quê havia acontecido a sua filha e foi a Zeus, rei dos deuses, para reclamar o seu retorno.
Persephone recusava comer qualquer coisa no mundo subterrâneo por que sabia que uma vez que comesse qualquer coisa sua alma permaneceria lá eternamente. Contudo, Hades enganou-a dizendo que se comesse sementes estaria segura e ela comeu uma. Zeus, conhecendo o quê havia sucedido, ordenou que Persephone deveria retornar a sua mãe e a cada primavera para ali permanecer durante seis meses. Os outros seis meses do ano ela passaria com Hades, assim sua mãe fica triste e nada cresce no inverno.
Algumas tribos antigas acreditavam que as coisas encontradas na natureza, tais como a água, montanhas e árvores, tinham seus próprios espíritos. Acreditavam que os festivais de maio despertavam as árvores. Os Druidas, religiosos pré-cristãos, encontrados principamente na Grã-Bretanha e França, pensavam que as árvores, e especialmente os carvalhos, eram objetos sagrados. Os druidas rezavam às árvores para obter tempo bom, chuva e fertilidade da terra.
Os Celtas da Grã-Bretanha nos tempos antigos também tinha uma celebração num dia de maio. Eles acreditavam que o deus sol havia sido aprisionado todo inverno pelos espíritos demoníacos do frio e da escuridão. Cada ano perto do primeiro dia de maio o deus escapava e trazia a luz do sol e o aquecimento de volta a terra. Para ajudar a fuga do sol, os celtas acendiam fogueiras gigantescas nas montanhas mais altas das suas vilas. Eles faziam isso para espantar os demônios para longe e forçá-los a libertarem o sol. Em muitos lugares atualmente, tradições tais como as grandes fogueiras e candelebros ardentes fazem parte do folclore da primavera.
A primavera é a estação da renovação, quando as flores explodem, quando todas as plantas se tornam verdes e crescem e as pessoas sentem uma energia renovadora em si mesmas. Começam a vestir roupas mais coloridas para combinar com o ambiente. Porém o quê verdadeiramente é responsável por tais mudanças? No inverno, um influxo de energia de Cristo começa a brotar do centro da terra com o propósito de recarregar a terra para a nova estação. Na primavera esta energia vem a superfície do planeta ocasinando imensas mudanças, simultaneamente visíveis e invisíveis ao olho.
A primavera acontece em dois níveis. Fisicamente as pessoas se descartam de coisas que julgam não serem mais úteis. Espiritualmente, descarregam energias, idéias e representações das suas auras. A mudança de estação proporciona-nos oportunidade de refletir e também fazer mudanças. Lembras das suas resoluções de ano novo?
Entendendo os ciclos planetários, você pode tornar a sua vida mais fácil, assim como o fazendeiro conhece os momentos propícios da semeadura e da colheita. Há mais luminosidade e calor na primavera do que no inverno, não obstante a energia de Cristo ou a “Luz do Filho” está sempre brilhando. O tempo de primavera é uma oportunidade de ouro dada pelo Supremo Ser para que possamos reconhecê-lo por nós mesmos.
Fonte referencial: Copyright © 1996. Sterling Rose Press, Inc. Sterling Rose Press, Inc., P. O. Box 14341, Berkeley, CA 94712. USA.
A mitologia do equinócio primaveril do original em inglês de Robin DuMolin
palavras-chave: eixo da terra, grau de inclinação, equilíbrio geotérmico, solstício, equinócio, mitologia.
Interessante o comentário.
ResponderExcluirmuito bom
Excluirbom pra quer quer saber mais pra mim isso nao é nada
ResponderExcluirMuito interessante!
ResponderExcluirVale a pena complementar a leitura com este site também: http://arqueoastronomy.blogspot.com.br/2011/06/o-solsticio-de-inverno-nas-diferentes.html
Só preciso saber se um mistério ocorrido em 336 D.C., presenciado especialmente pelos índios, foi real e se é verdade que pode ocorrer a cada 1676 anos. Outra informação que preciso colher é se este é um grande motivo para que os povos indígenas queiram manter sua cultura?